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Polícia Quinta-feira, 23 de Julho de 2020, 15:29 - A | A

Quinta-feira, 23 de Julho de 2020, 15h:29 - A | A

TRAGÉDIA DO ALPHAVILLE

Advogado da família nega que disparo foi a curta distância

O advogado também citou que a mãe da acusada prestou um depoimento de forma tranquila e relatou a percepção que teve dos fatos no dia da morte de Isabele

Jefferson Oliveira
Cuiabá

A mãe da adolescente autora do disparo que matou Isabelle Guimarães Ramos, 14, prestou depoimento na manhã desta quinta-feira (23), na Delegacia Especializada do Adolescente (DEA), sobre o que presenciou no dia do crime em sua casa, no condomínio de luxo Alphaville I, em Cuiabá.

A depoente não quis falar com a imprensa na chegada à delegacia, e após ser ouvida pelo delegado Wagner Bassi, por mais de cinco horas saiu pela porta lateral da DEA.

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O advogado  Renan Fernando Serra Rocha Santos responsável pela defesa da adolescente falou que a família não está ficando na residência localizada no condomínio de luxo, temendo represália e também por estar traumatizada por tudo que aconteceu na residência.

Para ser intimada para o depoimento desta quarta-feira, o advogado disse que a defesa se comprometeu prestar esclarecimentos e comparecer as atividades processuais independente de qualquer coisa.

Em relação ao laudo preliminar da Perícia Oficial de Identificação Técnica (Politec) de necrópsia, os peritos concluíram que o tiro que matou Isabelle foi a curta distância.

“Diante dos achados da necropsia concluem os peritos que a morte de Isabele Guimarães Ramos deu-se em decorrência de traumatismo crânio-encefálico por ação de instrumento pérfuro-cortante, com disparo de arma de fogo efetuado a curta distância”, diz trecho do documento, de 42 páginas.

Foi relatado pela imprensa inicialmente que o disparo teria ocorrido a uma distância de 40 centímetros, mas no laudo de necrópsia essa distância aparece como 50 centímetros e a Politec emitiu uma nota no final da tarde de quarta-feira (22) explicando que a exatidão do disparo, será apresentado em outro lado pelo setor de balística.

Renan falou que teve acesso ao laudo e que a distância não é a que vem sendo noticiada.

“Não procede [a distância], o que eu posso dizer nesse momento é que tive acesso ao laudo, mas que a princípio não contempla essa informação e isso ainda está em investigação”, explanou Renan.

O advogado também citou que a mãe da investigada prestou um depoimento de forma tranquila e relatou a percepção que teve dos fatos no dia da morte de Isabele. O jurista também detalhou que existe um plano de ser realizada a reconstituição do local do crime, mas até o momento não há uma definição concreta por parte da polícia.

Fiança suspensa

O advogado disse que o empresário vai pagar a fiança estipulada pela justiça e aguarda a definição que ainda não aconteceu.

Inicialmente o delegado Olímpio Fernandes, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), estipulou uma fiança no valor de R$ 1 mil para que o empresário deixasse a delegacia ao ser detido por posse ilegal de arma de fogo, já que quatro armas encontradas estavam sem documentação.

Após grande repercussão do baixo valor, o Ministério Público Estadual (MPE) solicitou que o valor fosse aumentado, e o juiz da Décima Vara Criminal de Cuiabá, João Bosco Soares da Silva, aumentou para R$ 209 mil.

A defesa do empresário alegou que por conta da pandemia do coronavírus o homem está passando por uma severa dificuldade de liquidez financeira, impossibilitando-o de dispor da soma de R$ 209.000,00.

Ao analisar o pedido da defesa, o desembargador Rondon Bassil Dower Filho, acatou o exposto e suspendeu a o efeito da decisão da fiança no valor de R$ 209 mil, mas frisou que nada impede que a autoridade volte a examinar a matéria debatida, desde que respeitada a garantia do contraditório antecipado ou justificada.

“A fiança ainda não ficou estabelecida. Havia sido fixado uma fiança que o tribunal suspendeu por meio de uma decisão que foi dada por meio de um habeas corpus (HC), e ainda não foi arbitrada uma nova fiança. A defesa recebeu o prazo de cinco dias para se manifestar e esse prazo não se esgotou ainda e o Marcelo ainda não foi intimado, mas assim que for vamos comparecer nos autos”, pontuou Renan.

*Nomes dos envolvidos preservados em cumprimento ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)

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