O julgamento de Gilberto Rodrigues dos Anjos, acusado dos crimes de estupro, estupro de vulnerável e feminicídio, cometidos contra uma mulher e suas três filhas, em Sorriso (400 km de Cuiabá), iniciou na manhã desta quinta-feira, 7 de agosto. Ele assumiu a culpa contra a Cleci Calvi Cardoso, 46; Miliane, 19; Manuela, 12; e Melissa, 10 anos. O caso chocou o Brasil pela brutalidade com que os corpos foram encontrados.
A sessão está sendo presidida pelo juiz Rafael Deprá Panichella, da 1ª Vara Criminal de Sorriso.
- FIQUE ATUALIZADO: Entre em nosso grupo do WhatsApp e receba informações em tempo real (clique aqui)
- FIQUE ATUALIZADO: Participe do nosso grupo no Telegram e fique sempre informado (clique aqui)
Gilberto Rodrigues foi preso em flagrante na mesma manhã em que foram encontrados os corpos, em novembro de 2023. Ele trabalhava em uma obra próxima à casa da família e monitorava a rotina das vítimas antes de cometer os crimes.
Em seu depoimento, ele confessou que invadiu a casa na sexta-feira à noite, dia 24 de novembro, supostamente para roubar. Quando foi confrontado pela mãe, que tentou defender a família, matou Cleci. Em seguida, matou as três filhas dela, cometendo em seguida o estupro contra três, das quatro vítimas. Com o criminoso, a Polícia Civil encontrou a calcinha de uma das vítimas.
Atualização 9h50- O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) está atualizando o caso e explicou que a irmã e tia das vítimas, Elinara Calvi, afirmou acreditar que o réu teria premeditado o caso, pois na casa havia um cachorro muito bravo. Além disso, que após o crime ainda foi na casa da irmã para tentar contato e estava tudo normal.
"A testemunha afirma acreditar que somente com planejamento o réu teria condições de cometer o crime e que o réu teria conhecimento de toda a dinâmica da casa antes de cometer o crime. Por conta do cachorro da família ser muito bravo, a testemunha conta que foi até um petshop para comprar algum tipo de calmante para dar ao animal para poder entrar na casa. No entanto, os policiais conseguiram soltar o animal e enfim conseguiram entrar na casa", diz resumo do TJMT.
DILIGÊNCIAS
Preocupado por não ter notícias da família, o pai e marido das vítimas entrou em contato com a PM em Sorriso e informou que estava em viagem a trabalho e não conseguia falar com a mulher e as filhas. Ele relatou ainda que ao telefonar para a escola das filhas, foi informado da ausência delas, o que o deixou aflito e solicitou a assistência policial.
Uma equipe da PM foi à casa da família e viu o veículo na garagem e a agitação dos cachorros no quintal. Após chamar pelas moradoras, os policiais entraram no quintal e viram pela porta de vidro duas pessoas caídas no chão, aparentemente sem vida. O Corpo de Bombeiros deu apoio e fez inspeção na casa, identificando uma janela aberta, por onde um militar entrou e depois abriu a porta da casa.
A Divisão de Homicídios da Delegacia de Sorriso assumiu a investigação e, após a coleta inicial de informações, acompanhou o exame pericial conduzido pela Politec. Foi apurado que o autor do crime entrou na residência pela janela do banheiro, iniciando em sequência o ataque às vítimas. Os peritos identificaram ainda impressões de sola de chinelo nas manchas de sangue no piso da residência.
A equipe da Polícia Civil seguiu com as diligências e, em duas obras em construção, onde vários homens trabalham, foram realizados levantamentos de informações. Entre os cinco trabalhadores do local, um deles dormia na obra, identificado como Gilberto Rodrigues dos Anjos. Ao ser entrevistado pelos policiais, ele ficou nervoso e alegou não ter ouvido qualquer barulho na casa das vítimas durante o final de semana. Questionado sobre onde descansava, ele apontou o local, no piso superior da obra, que dava visão para a casa das vítimas. Como documento, Gilberto apresentou apenas a cópia da identidade.
Ao vistoriar os pertences do suspeito, ele disse não ter calçados, mas os policiais civis encontraram um chinelo compatível com as marcas deixadas no piso da residência da família e foi confirmado se tratar do mesmo calçado.
Durante checagem dos dados pessoais, os policiais apuraram que Gilberto já tinha dois mandados de prisão em aberto, um pela Comarca de Lucas do Rio Verde, por crime sexual, e outro pela Comarca de Mineiros, em Goiás, pelo crime de latrocínio.
Confrontado com as informações, ele confessou que atacou as quatro vítimas na noite de 24 de novembro. Depois de esfaquear três vítimas e, quando elas ainda agonizavam, ele cometeu abuso sexual contra a mãe e duas filhas. Já a menor de 10 anos morreu asfixiada.