Com a falta de matéria-prima no mercado farmacêutico brasileiro, estudantes brasileiros do curso de medicina do Paraguai viram uma oportunidade perigosa de ganhar dinheiro e iniciaram um esquema clandestino de importação e comercialização de medicamentos importados ilegalmente e falsificados.
O grupo começou a ser investigado após uma apreensão no Aeroporto Internacional de Campo Grande/MS de várias caixas de medicamentos de origem argentina contendo o princípio ativo “Neostigmina”, desacompanhadas de documentação que comprovassem sua entrada regular no território nacional.
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"[O uso dos medicamentos] pode levar a graves danos de saúde, principalmente em pessoas que possuem comorbidades, que já tem o sistema imunológico defasado. Mas, felizmente, não há registros de mortes [em decorrência do uso indevido]", informou o delegado regional de Combate ao Crime Organizado, Jorge Vinicius Gobira Nunes.
Na quinta-feira, 17, um empresário cuiabano foi preso acusado de ser o cabeça do esquema composto por quatro núcleos: importadores, transportadores, mediadores e compradores. A Operação Autoimune foi deflagrada em conjunto com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Vigilâncias Sanitárias de Cuiabá e dos Estados de Goiás, São Paulo e Espírito Santo.
"Eles não tinham autorização da Anvisa para ser internacionalizado no território nacional. Durante 10 meses, o grupo movimentou R$ 4 milhões de reais com a venda de medicamentos, testes e contrates. É de conhecimento que hospitais públicos adquiriram também", disse Gobira.
O nome da Operação deve-se ao emprego dos medicamentos importados no tratamento de diversas doenças autoimunes, ou seja, patologias nas quais o sistema imunológico ataca células saudáveis, levando ao desenvolvimento dos mais variados sintomas.