Além dos diversos projetos já apresentados ao longo da campanha, a candidata à vereadora por Cuiabá, Oziane Rodrigues (PV), irá defender também duas bandeiras que ela classifica como importantes: a defesa do pagamento do prêmio saúde e também o respeito e amparo à classe jornalística.
Jornalista de formação e atuante na área, a candidata conhece com a maestria as dificuldades enfrentadas pelos profissionais da comunicação e também a desvalorização da classe. Em uma das várias conversas com os colegas de profissão, Oziane ouviu atentamente a ideia do jornalista Tarley Carvalho, que sugeriu ser importante uma legislação que limite os anúncios dos órgãos públicos municipais somente a veículos de comunicação que respeitem seus profissionais.
Infelizmente, é comum o surgimento de sites nas mãos de empresários que contratam jornalistas com salários abaixo do piso salarial ou desrespeitando a carga horária do profissional, praticando uma exploração da mão de obra.
Atualmente, o acordo coletivo do Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso (Sindjor-MT) determina que a carga horária do profissional é de cinco horas diárias, podendo ser estendida até sete horas. Porém, a necessidade e demanda acabam exigindo a presença do profissional por mais tempo que o determinado. O problema é que nem todas as redações ressarcem essa diferença salarial ao jornalista.
Após ouvir a sugestão de Tarley, Oziane avaliou que uma das principais queixas apresentadas por ele com a qual ela concorda é que o dinheiro público de anúncios não pode ser utilizado para massificar ainda mais a exploração do trabalho, onde sites que não respeitam a profissão recebem dinheiro de inserções.
Alguns veículos de comunicação acabam sobrevivendo apenas de dinheiro público dos órgãos municipais e estaduais. Para mudar essa realidade, Oziane apresentará um projeto de lei.
“O problema maior está na desvalorização da profissão, pois quando estes mesmos veículos não possuem um jornalista formado, exploram a carga horária, a mão de obra dos profissionais ou atuam apenas no chamado “copia e cola”. Também é comum vermos veículos que contratam estagiários como jornalistas, pagam um salário abaixo do piso e, mesmo assim, ainda lucram com o dinheiro público. Há uma desvalorização imensa da profissão e o anúncio nestes veículos acaba estimulando a exploração da força de trabalho”, disse Oziane.
Tarley contou para a nossa reportagem que a ideia surgiu ainda em 2016, um ano após ele ter se formado e ainda trabalhava em outra área. Por um período de seis meses ele se manteve com seguro desemprego, economias e freelas enquanto buscava uma vaga na área que se formou.
Contudo, chegou junho e o recém-formado não tinha mais dinheiro, estava na casa da mãe e precisava fazer algo. Ele já tinha recusado algumas propostas indecorosas, mas decidiu que não dava mais pra continuar desempregado.
“Recebi então um convite pra trabalhar numa redação por período integral e com valor menor que o piso de meio período. Eu senti vergonha de aceitar porque sou extremamente orgulhoso, mas fiquei aliviado por surgir esse emprego. Nós éramos uma equipe pequena pra tomar conta de nove veículos, todos com verba pública. Foi quando percebi o quanto era injusto”, disse.
Para completar, Tarley falou que ficou muito contente ao saber que Oziane seria candidata à vereadora e decidiu expor à ela a ideia, justamente por saber que a jornalista passou pela mesma dificuldade que ele. A candidata aceitou de pronto o projeto idealizado pelo jornalista e irá reforçar na Câmara Municipal a valorização da classe.
Ao abraçar a ideia, Oziane disse que decidiu expor a ideia de Tarley e mostrar que ele é o idealizador para valorizar o companheiro de profissão e também a pessoa. A candidata – que é autora do projeto Hora Estendida – tem passado por dificuldades durante a campanha, pois vários adversários querem abraçar o projeto como se deles fosse.
“Lá atrás eu falei com o Emanuel que eu não queria me expor ou aparecer, queria apenas que o projeto se tornasse realidade. No entanto, após eu ter feito tudo e o prefeito ter implantado o Hora Estendida na Educação e levado para a saúde, vejo o quanto é importante você valorizar a autoria de algo. Hoje sofro com ataques e mentiras de outros candidatos que buscam para si a autoria do Hora Estendida, projeto este, que escrevi a “lágrimas de sangue”, após ter passado por muita dificuldade e ter sido acionada oito vezes pelo Conselho Tutelar por não conseguir pegar minhas filhas no horário na creche”, salientou.
Oziane assessorou o então candidato a prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) na campanha de 2016 e apresentou a ele o projeto Hora Estendida nas Creches e CMEIs, que hoje é considerado um dos mais importantes programas da gestão de Pinheiro que foi estendida para a área da saúde.
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