O início da colheita do milho em Mato Grosso derrubou a cotação do cereal em mais de 10% em apenas uma semana, aponta o relatório do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) divulgado nesta semana. A redução pode passar dos 15%, a depender do município analisado. Até a última sexta-feira, 23 de maio, a colheita estava em 0,31%.
Conforme os dados do Imea, na penúltima sexta-feira (16), a cotação média do milho em Mato Grosso era de R$ 58,15. Já na última sexta, o valor havia despencado para R$ 49,94, redução de 14,11%. Porém, se comparar com o pico da cotação neste ano, R$ 74,34, em 15 de abril, a retração nos preços já chega a quase 33%.
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A colheita, segundo o Imea, está 1,63 ponto percentual atrasado em relação ao ano passado e 0,66 ponto percentual em relação à média das últimas cinco safras. O atraso, entretanto, não deve comprometer o potencial da safra, que deve alcançar 48,89 milhões de toneladas, produção 3,64% maior que na temporada anterior.
“Além disso, os informantes do Imea relataram que a evolução das lavouras está dentro do esperado, devido à manutenção dos volumes pluviométricos na maior parte das regiões até meados de maio. Nas próximas semanas, os modelos meteorológicos já indicam redução nas chuvas, comum no estado a partir deste período”, afirma o boletim.
Portanto, o Imea estima que os trabalhos devem avançar ainda mais nas próximas semanas, com a maturação das lavouras e redução da umidade. Já a produção elevada acende o alerta para uma possível redução de margens de lucro da atividade.
“As atenções se voltam aos rendimentos, diante da expectativa de que a produção supere a registrada no ciclo anterior”.
Oferta e demanda
Em Mato Grosso, a demanda pelo milho tem sido estimulada principalmente pelas indústrias de etanol de milho. Por isso, houve alta 0,41% na demanda estimada em relação ao último levantamento, chegando a 15,88 milhões de toneladas. Já a demanda interestadual teve alta de 16,41%, prevista em 6,82 milhões de toneladas. Por outro lado, as exportações devem apresentar redução.
“Esse incremento da demanda só não foi maior devido à diminuição de 3,68% na projeção de exportação, que ficou em 25,43 milhões de toneladas. Esse cenário resulta da desaceleração nas exportações recentes e da perspectiva de menor volume nos próximos meses. Sendo assim, os estoques finais do ciclo encurtaram em 12,48% ante a abr/25, fechando em 391,93 mil toneladas”, afirma.