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Política Segunda-feira, 25 de Novembro de 2024, 16:31 - A | A

Segunda-feira, 25 de Novembro de 2024, 16h:31 - A | A

NA CONTRAMÃO

VÍDEO: Desembargador diz que Brasil prende demais e critica leis “muito duras”

Bruna Cardoso

Repórter | Estadão Mato Grosso

Tarley Carvalho

Editor-adjunto

Na contramão do clamor social e de boa parte da classe política, o desembargador Orlando Perri discorda sobre as leis brasileiras. Para o magistrado, a legislação vigente já é bastante rígida e não precisa ser endurecida. A avaliação foi feita nesta tarde de segunda-feira, 25 de novembro.

“Nós já temos leis duríssimas neste país e, em questão de encarceramento, o Brasil é o segundo país que mais prende no mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos”, comentou o magistrado.

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Perri é supervisor do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e Socioeducativo (GMF-MT) no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). A fala vem em contraponto ao posicionamento do governador Mauro Mendes (União Brasil), que tem cobrado o endurecimento das leis brasileiras por parte do Congresso Nacional.

Isso porque têm sido cada vez mais recorrentes os casos em que bandidos são presos e acabam ganhando liberdade em menos de 24 horas, ao passarem por audiência de custódia.

O Estadão Mato Grosso noticiou no mês passado um exemplo prático dessa flexibilização. No dia 26 de outubro deste ano, Olindina Maria da Silva, de 42 anos, e o irmão dela, Odélio José da Silva, 48, foram assassinados a tiros pelo vereador José Soares de Souza, conhecido como Zé Fadiga (MDB), em Ribeirão Cascalheira.

Fadiga havia sido preso por violência doméstica em junho, mas ganhou liberdade durante a audiência de custódia a pedido do Ministério Público do Estado (MP-MT). Após cometer o crime, ele tirou a própria vida.

TECNOLOGIA
Perri também destacou o crescimento das organizações criminosas em Mato Grosso, que tem se expandido também de dentro dos presídios para a sociedade. O desembargador afirmou que não importa quantas operações sejam feitas: a polícia sempre vai encontrar aparelhos celulares nestas ações especiais.

“E vão continuar tirando quantas operações fizerem. Nós precisamos buscar um mecanismo eficiente como esse que vimos na visita técnica que realizamos para bloquear os celulares dentro das unidades prisionais, porque a corrupção não vai acabar neste país tão cedo”, pontuou.

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