O Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado de Mato Grosso (Sindspen-MT) realizará nesta quinta-feira (23) uma nova assembleia-geral para deliberar sobre a greve da categoria, que completará uma semana. O movimento paredista foi declarado ilegal pela Justiça Estadual na semana passada, com determinação de retorno imediato aos trabalhos sob pena de multa diária de R$ 100 mil.
Em vídeo publicado na página do Sindspen, a diretoria do sindicato sinaliza que pode haver a interrupção da greve para abrir diálogo com o governo do Estado. O governador Mauro Mendes (DEM) tem dito que não irá negociar ‘à base da ameaça’ e encerrou o diálogo. Enquanto isso, parlamentares tentam costurar um acordo para atender a categoria.
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"Reunimos com o senador Jayme Campos, com o deputado [Eduardo] Botelho, tivemos contato telefônico com Júlio Campos e com o deputado Dilmar Dal’Bosco, assim como o deputado João Batista tem nos acompanhado. Todos são unânimes em dizer que o governo não nos receberá para a mesa de negociação se não encerrarmos o movimento grevista. Contudo, quem vai deliberar é a assembleia", disse Lucivaldo Vieira, secretário-geral do Sindspen.
Na mensagem aos servidores, o presidente do Sindspen, Amaury Neves, diz acreditar que a categoria conseguirá atingir seus objetivos, embora a situação não esteja caminhando como pretendido.
“Continuem firme pessoal, vamos alcançar o nosso objetivo. Hoje alcançamos o sétimo dia e o sindicato está procurando fazer a sua parte, buscando autoridades do TJ [Tribunal de Justiça], da Assembleia Legislativa e outras autoridades que possam ter influência, para chegarmos junto ao governo e aí implementarmos a nossa proposta. Contudo, não estamos tendo avanço”, disse.
Os policiais penais deflagraram greve na última quarta-feira, 15 de dezembro, em meio a um impasse sobre o aumento salarial. A categoria alega que recebe os menores salários da Segurança Pública e pede equiparação às demais forças policiais. Para isso, seria preciso quase dobrar o salário. Atualmente, o salário inicial de um policial penal é R$ 3,1 mil, enquanto um policial civil recém-concursado recebe R$ 5,6 mil e um PM recebe R$ 4,8 mil.
Informações preliminares apontam que o governo chegou a propor um aumento de 15%, além da Revisão Geral Anual (RGA) de 7%, dias antes da deflagração da greve. Contudo, o governador Mauro Mendes afirma que não autorizou a apresentação dessa proposta e nem reconhece seu conteúdo.
Desde a deflagração da greve, os policiais penais deixaram de receber novos presos nas penitenciárias estaduais e estão realizando apenas serviços essenciais. Uma cartilha foi elaborada pelo Sindspen, apontando o que pode ou não ser realizado durante o período de greve.