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Política Domingo, 03 de Agosto de 2025, 12:13 - A | A

Domingo, 03 de Agosto de 2025, 12h:13 - A | A

"TODES NÃO EXISTE"

Abílio rebate MPF após nota de repúdio à sua conduta em Conferência de Saúde

Da Redação

Redação | Estadão Mato Grosso

O prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), se manifestou em seu perfil no Instagram neste domingo (3), após o Ministério Público Federal em Mato Grosso (MPF/MT) e a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC) publicarem nota oficial de repúdio à sua conduta durante a 15ª Conferência Municipal de Saúde, realizada na última quarta-feira (30).

No evento, a professora e doutora em Saúde Pública pela USP, Maria Inês da Silva Barbosa, foi interrompida por Abílio ao utilizar linguagem neutra no início de sua fala. O MPF classificou o ato como uma violação da liberdade de expressão e uma afronta à Constituição Federal, ressaltando que a professora foi impedida de exercer seu direito de fala em um espaço de construção coletiva.

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Em resposta, o prefeito escreveu: “Compreendo o posicionamento político do MPF-MT, contudo, é importante ressaltar algumas coisas.” Em seguida, ele defendeu o uso da palavra “todos” como a forma universal e reconhecida pela língua portuguesa, argumentando que o termo “todes”, além de não estar presente em dicionários oficiais, exclui pessoas com deficiência, como surdos e disléxicos".

Abílio também afirmou que a professora, em entrevista ao Estadão Mato Grosso, teria reconhecido seu discurso como um ato político e de militância. “Não é razoável que uma entidade séria como o Ministério Público Federal defenda, sem plausível justificativa, a distorção da língua portuguesa, a militância política na discussão da saúde pública e a exclusão das pessoas com dislexia na universalidade do acesso à saúde”, completou.

Por fim, o prefeito reforçou que “todes” não existe e que “todos” é a forma correta e constitucionalmente reconhecida de garantir igualdade de acesso e tratamento.

NOTA DO MPF/MT

O MPF/MT e a PRDC manifestam sua solidariedade à professora Maria Inês da Silva Barbosa e ressalta a importância de assegurar que todas as pessoas possam manifestar suas perspectivas em espaços de construção coletiva, em conformidade com os princípios democráticos.

O Ministério Público Federal em Mato Grosso (MPF/MT) e a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão manifestam-se publicamente a respeito dos eventos ocorridos durante a 15ª Conferência Municipal de Saúde de Cuiabá, na última quarta-feira, 30 de julho de 2025. O evento foi marcado pela interrupção da participação da professora Maria Inês da Silva Barbosa, docente da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e doutora em Saúde Pública.

A atuação do prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini, que resultou na retirada da professora Maria Inês, é condenada pelo MPF/MT e pela PRDC. O incidente decorreu do uso de linguagem inclusiva pela palestrante em sua saudação inicial em uma conferência sobre saúde pública, que tem entre os seus fundamentos constitucionais o “acesso universal e igualitário” (art. 196 da CF/88).

O MPF/MT e a PRDC reiteram seu compromisso com a defesa dos direitos fundamentais, da diversidade e da inclusão. A conduta do chefe do executivo municipal de Cuiabá, ao calar uma mulher negra, pesquisadora e ativista, em um espaço de construção coletiva, é um ataque à democracia e aos princípios que regem a sociedade brasileira.

A instituição manifesta sua solidariedade à professora Maria Inês da Silva Barbosa e ressalta a importância de assegurar que todas as pessoas possam manifestar suas perspectivas em espaços de construção coletiva, em conformidade com os princípios democráticos.

Cuiabá, 1º de agosto de 2025.
Ministério Público Federal em Mato Grosso

VEJA POST DO PREFEITO: 

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