Haroldo Duarte da Silveira, 32, que foi preso em agosto de 2019 após infectar vítimas propositalmente com o vírus da imunodeficiência humana (HIV), participou nesta terça-feira (10), no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT) da primeira audiência que ele configura como réu por tentativas de feminicídio.
O acusado, que ficou conhecido nacionalmente por “maníaco do HIV”, participou da audiência que foi conduzida pelo juiz Jeverson Luiz Quinteiro.
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Por conta da pandemia do novo coronavírus, mesmo réu, testemunhas e vítimas estando no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), a audiência ocorreu por meio de videoconferência.
Na ocasião, o acusado afirmou que sabia ser portador do vírus desde 2007.
Duas audiências aconteceram com as vítimas de Haroldo. Jeverson, além das vítimas e criminoso, ouviu também seis testemunhas. Haroldo ficou preso por 97 dias no Centro de Ressocialização da Capital (CRC).
O criminoso foi colocado em liberdade mediante medidas cautelares e atualmente faz o uso de tornozeleira eletrônica e as vítimas dele possuem botão do pânico, para evitar que o maníaco se aproxime delas. O caso segue em segredo de justiça.
O resultado da sentença ainda não foi proferido por Jeverson e outras audiências devem acontecer nos próximos dias. O Ministério Público Estadual (MPE), ofereceu três denúncias contra o acusado.
O caso
De acordo com as investigações da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher (DEDM) de Cuiabá, as vítimas procuraram a Polícia Civil para prestar queixa, após descobrirem que em comum, além de serem ex-companheiras do acusado, também haviam contraído HIV de Haroldo
Segundo a delegada Nubya Beatriz Gomes dos Reis, a materialidade foi verificada após lexames laboratoriais das vítimas e do suspeito, o qual sequer poderia alegar desconhecer carregar o vírus.
Nubya Beatriz Gomes dos Reis, na época relatou que indiciou Haroldo por quatro tentativas de feminicídios, pois de acordo com as investigações, o maníaco do vírus agiu com dolo na modalidade eventual, pois assumiu o risco de infectar suas parceiras com doença que se não detectada e tratada poderia levá-las a morte. “Sendo assim o indiciei pelo crime de feminicídio tentado, quatro vezes”.
Haroldo, que trabalha como caminhoneiro, e há mais de 12 anos possui o vírus, pode ter feito vítimas em outras cidades do interior de Mato Grosso e também outros estados brasileiros.