A Justiça de Mato Grosso identificou um esquema altamente sofisticado que teria desviado mais de R$ 20 milhões dos cofres do Tribunal de Justiça do Estado (TJMT). Segundo decisão judicial, o grupo criminoso era formado por advogados, empresários e um servidor do Judiciário, e atuava por meio de ações judiciais fraudulentas e manipulação interna de sistemas bancários e processuais.
O golpe começava com o ajuizamento de processos de execução de dívida, sempre com João Gustavo Ricci Volpato como autor. Os advogados Wagner Vasconcelos de Moraes e Melissa França Praeiro Vasconcelos de Moraes, do escritório França & Moraes, atuavam como representantes do suposto credor.
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Do outro lado, apareciam vítimas que afirmam nunca terem sido notificadas ou contratados os advogados que as representavam nos autos — geralmente Themis Lessa da Silva, apontado como defensor em diversos processos sem procuração válida. Em alguns casos, os advogados dos réus juntavam comprovantes de pagamento forjados e renunciavam ao direito de recurso, simulando um acordo quitado.
Com base nesses documentos falsificados, o grupo solicitava o levantamento dos valores por meio de alvarás judiciais. A fraude só era possível com o envolvimento do servidor Mauro Ferreira Filho, que atuava no setor responsável pela Conta Única do TJMT. Ele inseria informações fraudulentas em planilhas internas, criando a ilusão de que os valores estavam depositados judicialmente, o que permitia a liberação indevida dos alvarás.
A investigação já apontou 17 processos com esse padrão, mas a Justiça não descarta um número ainda maior de fraudes com o mesmo modus operandi.