Assim como mais da metade das capitais brasileiras, Cuiabá anunciou o cancelamento das festas de réveillon, bem como o Carnaval. Diante do ‘sinal amarelo’ aceso pela chegada da variante ômicron ao Brasil, a capital de Mato Grosso também decidiu adotar o passaporte vacinal para estimular a população a completar o esquema vacinal, visto que já há doses de sobra para todos. Trata-se de uma medida prudente, já que ainda há “mais perguntas do que respostas” sobre a ômicron, como bem disse o diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom.
São muitas as dúvidas. A princípio, questiona-se a virulência e a transmissibilidade da ômicron. As primeiras análises sobre as mutações sofridas pelo coronavírus nesta nova cepa apontam que houve uma evolução significativa em sua capacidade de infectar novos pacientes. Nos próximos dias, teremos dados do mundo real sobre o avanço dessa variante na África do Sul, onde foi detectada pela primeira vez.
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Já sobre a gravidade da doença causada pela ômicron, os primeiros relatos da comunidade médica indicam que ela causa sintomas mais leves do que o coronavírus original. Esse tipo de comportamento já era esperado pelos cientistas, já que a estratégia evolutiva do vírus busca preservar sua existência. Se matar o hospedeiro mais rapidamente, o vírus certamente entrará em rota de extinção. Esse, aliás, é um dos principais motivos para não vivenciarmos pandemias de doenças extremamente graves, como o ebola.
Há dúvidas até mesmo sobre a capacidade das vacinas para combater a ômicron. A alta taxa de mutações na proteína spike (43 alterações no total), parte do vírus que é responsável por invadir as células humanas, sugerem que a nova cepa desenvolveu alguma forma de escape vacinal. Por hora, apenas a fabricante a farmacêutica Moderna adiantou que a eficácia de sua vacina contra a ômicron não deve ser das melhores. Todos os demais fabricantes pediram pelo menos 10 dias para realizar novos testes. Se necessário, conseguirão produzir novas versões adaptadas para combater a ômicron em até 100 dias.
Diante de tantas dúvidas e do alto risco, ter cautela nunca é demais. Lembremos dos alertas emitidos ao final de 2020 sobre o risco representado pelas festas de fim de ano, que foram ignorados e levaram o país a uma escalada de novos casos e mortes, culminando na segunda onda. Desde tempos imemoriais, a prevenção é a melhor arma contra qualquer doença. Ainda mais diante da primeira cepa que foi alçada à categoria de ‘variante de preocupação’ desde o surgimento da delta, há quase um ano.
A esperança é que a ômicron seja apenas um susto, para nos lembrar que a pandemia só terá fim quando a maior parte da população mundial estiver completamente vacinada contra o coronavírus. Até lá, é preciso ter cautela em todas as decisões que dizem respeito ao combate à pandemia. Como diz o velho ditado, prudência e caldo de galinha nunca é demais. Afinal, sempre teremos uma nova oportunidade para comemorar, se estivermos vivos para isso.