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Opinião Segunda-feira, 17 de Outubro de 2022, 09:05 - A | A

Segunda-feira, 17 de Outubro de 2022, 09h:05 - A | A

ALEJANDRA NADRUZ

Os conceitos fundamentais para se tornar um líder

Alejandra Nadruz

Ser um líder não é para qualquer pessoa. Estar à frente de uma equipe e inspirar cada integrante a ser melhor todos os dias, além de trazer essa lógica de pensamento para si, é uma missão extremamente desafiadora, pois trata-se de uma função que necessita de identidade e propósito - deixando para trás o estigma de ser apenas um mero cargo de chefia. Até por isso, não é à toa que muitos colaboradores ainda não se sentem capacitados e preparados para liderar um time.

Obviamente, há alguns passos que podem ajudar esses colaboradores a se mover nesta direção. Talvez o mais básico deles seja a almejada inteligência emocional. Como Daniel Goleman descreve no livro A Inteligência Emocional na Formação de Líderes de Sucesso, tanto o QI (Quociente Intelectual) como o QE (Quociente Emocional) são importantes requisitos para qualquer líder. Ainda de acordo com o autor norte-americano, 20% do sucesso de um gestor está ancorado no primeiro pilar, enquanto 80% estão no segundo quesito. O dado evidencia que se essa categoria dependesse exclusivamente de competências técnicas, talvez, o caminho para chegar até lá fosse um pouco menos complicado.

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Portanto, mais do que ter conhecimento sobre as atividades da marca, um líder precisa saber como lidar com as suas próprias emoções e a dos outros colaboradores. Por esse motivo, compreender quem está do seu lado é fundamental. O indivíduo que almeja a liderança não anda sozinho, ele deve buscar uma conexão com os membros da sua equipe, com o objetivo de aumentar a confiança de todos e inspirá-los a explorar o máximo do seu potencial. Ele entende quais são as maiores dores e dificuldades do time e olha com atenção para elas, procurando soluções constantemente. Com isso, o espaço para revelar os pontos fortes de cada colaborador se abre e a produtividade acontece organicamente.

Nesse sentido, há determinadas ações que auxiliam a aproximação do líder com os integrantes do time. A primeira delas é o diálogo, uma vez que a comunicação é o cerne de qualquer ação, tanto para a elaboração de estratégias eficientes quanto para a promoção de um bem-estar coletivo. A transparência que surge no processo dá mais clareza à dinâmica do dia a dia da empresa, permitindo que quem está no cargo alto saiba o momento e a forma de realizar diferentes abordagens como, por exemplo, cobrar resultados, fazer críticas e elogios e explicar as movimentações da companhia.

Outra forma de aproximar a equipe é tomar a frente das situações como um exemplo profissional. É importante mostrar que a posição de liderança não serve para realizar cobranças cegas, mas para ser um ponto de referência em situações boas e ruins dentro da rotina corporativa. Dessa maneira, há algumas atividades diárias que são verdadeiros diferenciais para um líder, mesmo que pareçam banais em uma primeira impressão; gerenciar o tempo de tarefas, delegar funções com sabedoria, definir prioridades e controlar horários são pequenas soluções cotidianas que acabam sendo de grande valia para futuras resoluções de problemas complexos.

Peguemos como exemplo um cenário de crise com um cliente. É um contexto que envolve tensão e não estar em um ambiente saudável pode ser o ponto final para o descontrole da situação. Por outro lado, quando o líder e o time estão unidos e há uma agenda bem-pensada para os dias “normais”, a chance de remanejar obrigações e produzir alternativas rapidamente é maior. Junto disso, a presença de uma figura que transmite tranquilidade e conhecimento para um quadro de instabilidade incentiva e motiva uma ideia de superação e sucesso.

Se pararmos para refletir, líderes que possuem essa característica têm um ponto em comum, mesmo que pertençam a segmentos diferentes, ou até sejam indivíduos com personalidades totalmente diversas: o propósito. Ter uma meta significa criar coragem para ir atrás desse objetivo e tomar o primeiro risco por qualquer movimento. Portanto, estabelecer como pilar essa lógica de negócios é o que diferencia líderes de gestores. Não é um caminho fácil, mas definitivamente marca uma posição muito clara do profissional que está preparado para ser o rosto principal de uma empresa - e não apenas no sentido da formalidade de um contrato.

*Alejandra Nadruz é CHRO da Movidesk, startup brasileira que ajuda empresas a estruturarem seu atendimento por meio de um SaaS. Possui 20 anos de experiência em liderança de projetos de cultura organizacional, educação de mercado, engajamento dos colaboradores, design organizacional e comunicação interna. Também possui mestrado em Direção Estratégica de Empresas e é professora, mentora e consultora de pessoas.

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