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Opinião Terça-feira, 01 de Outubro de 2024, 07:03 - A | A

Terça-feira, 01 de Outubro de 2024, 07h:03 - A | A

ANANIAS FILHO

O que estamos errando como seres humanos? Reflexões sobre o suicídio e a perda

Ananias Filho*

O suicídio é uma questão cada vez mais urgente e delicada no Brasil e no mundo. Os casos aumentam, afetando profundamente famílias e comunidades. Em 2022, vivi essa dor de forma devastadora ao perder meu filho, Ananias, para o suicídio. Desde então, tenho me esforçado para entender essa tragédia e levantar questões fundamentais sobre o papel da sociedade no combate a esse mal.

Destaco como o *mundo moderno*, com suas demandas constantes e a pressão das redes sociais, tem contribuído para um vazio emocional crescente. Não vejo preenchimento humano nessas exposições, referindo-me à maneira como os jovens estão cada vez mais expostos a padrões inatingíveis e à falta de conexão real. O que estamos errando como seres humanos? Essa pergunta ecoa em minha mente e ressoa entre muitas famílias enlutadas e especialistas em saúde mental.

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De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio é a quarta maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. O impacto sobre as famílias e amigos é incalculável, com milhões de pessoas afetadas por essa tragédia todos os anos. Sinto que a situação vai além da questão individual; há uma falha coletiva em nossa capacidade de cultivar empatia e suporte. Está faltando amor? Está faltando carinho? Está faltando atenção? Essas reflexões me levam a acreditar que a sociedade precisa pensar sobre como essas ausências podem estar afetando as gerações mais jovens.

Percebo também a necessidade de reconexão com valores como a empatia e o respeito, que parecem estar se perdendo. A pressão social e as demandas da vida moderna, acentuadas pela constante presença das redes sociais, têm contribuído para que muitos jovens sintam que não conseguem atender às expectativas impostas. Esse sentimento de inadequação pode, em muitos casos, levar ao desespero e, tragicamente, ao suicídio.

A pergunta "o que estamos falhando como seres humanos?" precisa ser feita com urgência. A falta de apoio emocional em meio a tantas pressões externas é alarmante. O suicídio não é apenas uma questão de saúde mental individual, mas um reflexo de uma sociedade que muitas vezes negligencia a necessidade de conexão humana e acolhimento.

Embora as respostas não sejam fáceis, estou determinado a transformar minha dor em um chamado à ação. O primeiro passo para combater essa crise é falar sobre ela abertamente, ouvir as pessoas que estão sofrendo e encontrar maneiras de oferecer apoio antes que seja tarde demais. Quero ser algo que possa ajudar, transformando minha experiência em uma oportunidade de conscientização e promovendo uma mudança significativa na forma como abordamos a saúde mental e o suicídio.

Concluo meu relato pedindo que todos façam sua parte: o que precisamos fazer para reconquistar a empatia? O respeito? Essas são perguntas que todos devemos refletir para entender como podemos, como sociedade, criar um ambiente mais acolhedor e menos sufocante para as gerações futuras.

ANANIAS FILHO é advogado e presidente estadual do PL

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