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Opinião Segunda-feira, 04 de Agosto de 2025, 11:27 - A | A

Segunda-feira, 04 de Agosto de 2025, 11h:27 - A | A

KATIUSCIA MANTELI

Eu tenho um sonho: por uma Cuiabá mais justa para todas as mulheres

Eu tenho um sonho.

Katiuscia Manteli

Um sonho de que nenhuma menina em Cuiabá seja forçada a desistir da escola porque lhe faltam condições básicas, porque tem que cuidar dos irmãos, ou porque alguém disse que “lugar de mulher não é na sala de aula”.

Eu sonho com o dia em que as mulheres da nossa cidade — negras, indígenas, periféricas, donas de casa, chefes de família, mães solo — não tenham medo de sair de casa, de pegar o ônibus sozinhas, de dizer “não” e de ocupar os espaços que sempre lhes foram negados.

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Eu tenho um sonho de que nenhuma mulher precise morrer por ser mulher. Que as estatísticas da violência deixem de carregar nomes, histórias e rostos interrompidos.

Eu sonho com o tempo em que o cuidado, o trabalho doméstico e a maternidade sejam reconhecidos não como obrigações naturais, mas como responsabilidades sociais, compartilhadas por todos.

Eu sonho com uma cidade onde as mulheres lideram: nas escolas, nos negócios, nas comunidades, nos sindicatos, nos conselhos, na política.

Sonho com políticas públicas que enxerguem as mulheres por inteiro — que ouçam suas dores, suas urgências e seus sonhos. Com escolas que ensinem o respeito, com centros de saúde que acolham, com políticas de assistência que libertem, e não apenas sobrevivam.

Eu tenho um sonho de que os gabinetes políticos sejam instrumentos de transformação real. Que legislar seja um ato de amor às pessoas. E é por isso que sigo propondo, cobrando, fiscalizando e construindo projetos que dialoguem com a realidade de quem mais precisa.

Porque igualdade de gênero não é pauta só das mulheres — é uma causa de justiça, de dignidade, de democracia. E porque cada uma de nós, que fica pra trás por fome, violência ou falta de oportunidade, não são números em um relatório: são vidas reais.

Agosto começou. E com ele, o Agosto Lilás — mês de mobilização nacional pelo fim da violência contra a mulher. Uma campanha que fala de urgência, mas também de esperança. Porque quando denunciamos, informamos e acolhemos, salvamos vidas.

E é importante dizer: a violência contra a mulher não nasce do nada — ela é resultado direto de uma sociedade que naturaliza desigualdades, silencia vozes femininas e ignora os direitos de metade da população. Quando construímos uma sociedade desigual, o resultado é a violência.

Neste mês, e em todos os outros, reafirmo o meu compromisso com a equidade: com políticas públicas que ampliem oportunidades, garantam segurança, promovam saúde, eduquem para a liberdade e devolvam às mulheres o que sempre foi delas por direito — o protagonismo.

Eu tenho um sonho. E luto todos os dias para que ele vire realidade. Porque sonhar é o primeiro passo. Mas transformar é a nossa missão.

Katiuscia Manteli é jornalista e vereadora em Cuiabá (PSB)

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