Não é exatamente o Auxílio Brasil que irá furar o teto de gastos, motivo de pânico geral no mercado durante a semana que passou. O aumento do Bolsa Família e a ampliação do número de beneficiários seria totalmente possível com um corte nas despesas discricionárias do governo. O próprio ministro Paulo Guedes, da Economia, afirmou nesta sexta que a ideia do governo era elevar o Auxílio Brasil sem furar o teto de gastos, mas houve uma forte pressão da ala política para ampliar as despesas em 2022.
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E o rombo pode ser muito maior. Enquanto o Ministério da Economia quer ampliar os gastos em até R$ 30 bilhões fora do teto, a ala política se mobiliza por uma licença total para gastar. Diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI), Felipe Saito estima que o buraco no teto pode alcançar R$ 94,4 bilhões, quando somadas as manobras para mudar o teto e a rolagem das dívidas dos precatórios.
Para piorar, os sinais que vêm da Praça dos Três Poderes apontam que o governo e o Congresso abandonaram a ideia de reforma do Imposto de Renda, que poderia prover ao menos uma parte dos recursos necessários para o Auxílio Brasil. Esses mesmos sinais indicam que é o centrão quem está dando as cartas no Planalto, o que inspira toda sorte de temores entre investidores brasileiros e internacionais.
O resultado preliminar foi visto na valorização abrupta do dólar e na queda do Ibovespa durante ao longo dos últimos dias. A conta real das gambiarras populistas que estão em curso no Planalto deve chegar nos próximos meses, já que a valorização do dólar pressiona os custos da maioria dos produtos consumidos no Brasil, principalmente alimentos e combustíveis, itens que já estão pesando demais no bolso dos trabalhadores.
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A manobra para romper o teto de gastos é só mais um sinal de que o Orçamento da União foi sequestrado por uma pequena elite política que não tem projeto qualquer para o Brasil, a não ser expropriar recursos coletivos para alimentar interesses próprios. Disfarçam descaradamente uma preocupação com a crise social que o país vive, enquanto vivem cercados de benesses proporcionadas pelo dinheiro público.
Não se enganem: a conta dessa lambança fiscal voltará como um bumerangue contra os mais pobres. A inflação e o aumento de juros decorrente dessas medidas atrapalhadas irá pesar ainda mais sobre o preço dos alimentos, comendo o aumento prometido sobre o auxílio. A conta será paga por todos nós, menos pela legião que vive de auxílio moradia, verba indenizatória e salários astronômicos.
Enquanto não punirmos esses políticos por seus comportamentos predatórios, continuaremos sendo massacrados por seus interesses.