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Judiciário Quinta-feira, 31 de Julho de 2025, 14:33 - A | A

Quinta-feira, 31 de Julho de 2025, 14h:33 - A | A

OPERAÇÃO SEPULCRO CAIADO

VEJA CARTA: Advogado suspeito de desviar R$ 20 mi do TJMT livra mãe e irmão

Empresário assumiu a culpa e afirmou ser o único gestor dos negócios

Bruna Cardoso

Repórter | Estadão Mato Grosso

Após a prisão, o empresário João Gustavo Ricci Volpato escreveu uma carta a punho inocentando os familiares da acusação de um desvio miliário aos cofres do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). Na carta, ele inocenta a mãe, Luiza Rios Ricci Volpato, e o irmão, Augusto Frederico Ricci Volpato, das acusações. Eles foram alvos da Operação Sepulcro Caiado, deflagrada na manhã desta quarta-feira, 30 de julho, que investiga um esquema que desviou R$ 20 milhões.

"Eu, João R. Volpato, declaro que a gestão das empresas Labor Fomento Mercantil e RV Cobranças estavam sob minha gestão somente. E que a minha mãe Luiza R.R. Volpato e meu irmão Augusto F.R. Volpato não tinham domínio da administração das mesmas", escreveu.

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Augusto segue preso após audiência de custódia, ele ainda emitiu uma nota, por meio da defesa, alegando desconhecer qualquer ação pelo qual foi acusado. Já a mãe, Luiza, teve a prisão revogada por já ser uma idosa de 75 anos.

Na audiência, o juiz Moacir Rogério Tortato, do Núcleo de Justiça, também concedeu liberdade à Melissa França Praeiro Vasconcelos de Moraes, devido à gravidez avançada.

O TJMT afirmou que três investigados ainda não passaram por audiência de custódia, pois dois foram presos em outro estado e um está foragido, sendo Mauro Ferreira Filho, servidor de carreira do TJMT, considerado foragido pelas autoridades e é um dos principais alvos da operação, com mandados de prisão e busca e apreensão expedidos contra ele.

Investigação

Um bloqueio judicial no valor de R$ 17 mil, notado por uma pessoa ao tentar usar o cartão de débito em janeiro de 2025, levou à descoberta de um sofisticado esquema de fraude no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), que já causou prejuízos estimados em mais de R$ 20 milhões aos cofres públicos.

A informação consta em uma decisão judicial que decretou a prisão de 11 pessoas, envolvendo diversos advogados e um servidor do TJMT.

A vítima, identificada como Luiz Carlos, procurou esclarecimentos após perceber o bloqueio e descobriu que figurava como réu em nove processos de execução, todos movidos por João Gustavo Ricci Volpato.

Em sete deles, constavam registros de quitação de dívidas superiores a R$ 680 mil — valores muito acima do débito original de cerca de R$ 17 mil, referente a um empréstimo firmado em 2014.

A denúncia levou à abertura de uma investigação pela Delegacia de Estelionato, que identificou o envolvimento de advogados, empresários e um servidor do TJMT, além da falsificação de comprovantes de depósitos e manipulação de sistemas internos do Judiciário. O esquema consistia em forjar ações, simular acordos e solicitar alvarás para saque de valores inexistentes.

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