O juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, determinou o afastamento e suspendeu o porte de arma do soldado da Polícia Militar Junio Alves Ferreira. Além disso, o magistrado também recebeu a denúncia contra outros seis integrantes do grupo que grilava terras em MT. O grupo foi desarticulado em junho de 2024, na Operação Asteya deflagrada pela Polícia Civil. A decisão foi publicada nesta quinta-feira, 12 de junho.
“Com essas considerações, defiro o pedido formulado pela Autoridade Policial e determino o afastamento cautelar do cargo público e a suspensão do porte de arma de Junio Alves Ferreira (CPP, art. 319, VI c/c art. 2°, § 5° da Lei 12.850/2013)”, decidiu.
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O magistrado também recebeu a denúncia contra Junio Alves Ferreira, Cleomar Dias Souza, Gilmar Cruz da Silva, Clailton Antonio Alves, Cleberson Rodrigues Brito e Adenilson Da Silva Melo por organização criminosa. Junio, Cleomar e Clailton também foram denunciados por lavagem de dinheiro. Os dois últimos também foram denunciados por comércio ilegal de armas de fogo.
No processo, a Autoridade Policial pediu o afastamento e a suspensão da arma de Junio. Eles justificaram que se o soldado fosse mantido na instituição poderia atrapalhar as investigações.
O magistrado explicou que há fortes indícios de que o soldado da PM teria usado a posição na instituição para cometer crimes como lavagem de dinheiro, comércio ilegal de arma de fogo, tráfico de drogas, garimpo ilegal e “grilagem de terras”
“Desta forma, tendo em vista o suposto envolvimento direto do policial militar com a organização criminosa, mostra-se imprescindível o afastamento cautelar do cargo público e a suspensão do porte de arma de fogo, a fim de evitar a reiteração delitiva, impedir qualquer forma de coação ou prejuízo à instrução criminal e, sobretudo, para a proteção da própria corporação policial e da sociedade, que se veriam fragilizadas e sob risco caso se permitisse a atuação livre de um agente acusado de crimes tão graves ligados ao exercício do cargo”, sustentou.
Os acusados têm 10 dias para apresentar resposta à acusação.
Sobre a operação
A Polícia Civil a Operação Asteya em Confresa (1.048 km de Cuiabá), em junho de 2024, e entre os alvos está um policial militar de Porto Alegre do Norte, suspeito de liderar o grupo. Ele já havia sido preso em flagrante por grilagem em 2023 e movimentou cerca de R$ 2 milhões em dois anos. Outros integrantes do esquema têm passagem por crimes como tráfico de drogas, homicídio e comércio ilegal de armas.
A delegacia de Confresa identificou vínculos do grupo com uma facção de São Paulo, reforçados pela participação de um membro dessa organização.
Foram cumpridas 12 ordens judiciais, incluindo buscas, apreensões, bloqueios de valores e sequestro de bens.