O custo da cesta básica em Cuiabá alcançou o maior valor já registrado na série histórica do levantamento do Instituto de Pesquisa e Análise da Fecomércio Mato Grosso (IPF-MT). Na segunda semana de junho, o preço médio chegou a R$ 850,18, refletindo uma alta de 0,40% em relação à semana anterior e um salto de 5,36% no comparativo anual. Em junho do ano passado, o conjunto de itens custava, em média, R$ 806,93.
Segundo o presidente da Fecomércio-MT, José Wenceslau de Souza Júnior, os fatores climáticos têm sido determinantes no comportamento dos preços e vêm afetando diretamente o poder de compra dos consumidores.
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“O clima segue sendo a principal preocupação dos produtores, gerando aumentos nos custos dos produtos presentes na cesta. Com certeza, o elevado custo do mantimento já impacta diretamente a dieta dos cidadãos, que se veem obrigados a diminuir o consumo de itens considerados essenciais”, destacou.
A escalada de preços tem como principal vilão o tomate, cujo valor subiu 3,11% na última semana, atingindo R$ 9,95 o quilo. A fruta, que já havia disparado mais de 30% na semana anterior, continua sendo fortemente afetada por fatores climáticos. De acordo com o IPF-MT, as ondas de frio nas regiões produtoras têm prejudicado a maturação dos frutos, reduzindo a oferta e forçando o aumento dos preços.
Outro item que contribuiu para o encarecimento da cesta foi a batata. O produto registrou alta de 3%, com o quilo custando em média R$ 6,07. Embora a colheita da safra atual esteja em curso, as chuvas intensas nas principais áreas produtoras vêm dificultando os trabalhos no campo e impactando negativamente a oferta no mercado.
O leite, que vinha apresentando recuos, também voltou a subir. O litro passou a custar R$ 7,29, após uma elevação de 2,21% na última semana. Segundo o IPF-MT, o aumento está ligado à seca em algumas regiões, que pressiona os custos de produção — principalmente alimentação do gado e consumo de energia elétrica. Além disso, a crescente demanda da indústria por leite para fabricação de derivados contribuiu para o novo reajuste.
Os preços dos mantimentos básicos chegaram a recuar nas últimas semanas de maio, mas começaram o mês de junho em alta. Na última semana de maio, o custo médio ficou em R$ 826,83. À época, o tomate também tinha sido o principal responsável pela variação de preço, devido ao início da colheita de inverno. Porém, a situação se inverteu devido às intempéries.
A persistência no aumento da cesta básica acende um alerta para as famílias cuiabanas, que já enfrentam desafios no orçamento com a inflação dos alimentos e os efeitos de uma recuperação econômica ainda lenta. Com novos reajustes em produtos essenciais, o consumo pode sofrer retrações nos próximos meses, comprometendo também o desempenho do varejo local.
