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Economia Quinta-feira, 18 de Novembro de 2021, 07:30 - A | A

Quinta-feira, 18 de Novembro de 2021, 07h:30 - A | A

BLACK FRIDAY

Inflação alta impede promoções generosas

Lojistas ainda se recuperam dos abalos sofridos com a pandemia da covid-19, mas tentam dar ‘nó em gota d’agua’ para participar da data

Priscilla Silva

Repórter | Estadão Mato Grosso

O resultado das vendas da primeira Black Friday pós-pandemia da covid-19, que ocorrerá na próxima sexta-feira (26), está sob ameaça de ser engolido pela inflação do país. O evento se aproxima com a promessa de registrar a maior movimentação financeira desde a sua primeira edição no Brasil, em 2010, mas enfrentará dificuldades. A inflação acumulada dos últimos 12 meses, que já atinge dois dígitos, deve enfraquecer a corda que dá sustentação ao calendário de datas-âncora do comércio.

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O presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), José Roberto Tadros, avalia que, apesar da situação econômica, as expectativas são positivas para a Black Friday, que já é a quinta data mais importante para o comércio, depois do Natal, Dia das Mães, Dia das Crianças e Dia dos Pais.

“A facilidade de comparação de preços on-line, em um evento caracterizado pelo forte apelo às promoções, incentiva a competitividade e influencia o aumento expressivo da data no calendário do varejo”, avalia.

Estima-se que a Black Friday 2021 deve movimentar R$ 3,93 bilhões entre os segmentos participantes, de acordo com projeção da CNC. Com o mesmo comportamento do ano passado, o comércio eletrônico será o principal canal de vendas. Porém, as vendas on-line estão longe de suprir as necessidades do setor neste momento.

Segundo a análise da CNC, o ritmo atual da inflação anualizada – em 10,67%, conforme o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado nos 12 meses encerrados em outubro – “tem sido um obstáculo à expansão do volume de vendas, mesmo em um contexto de aceleração do consumo digital após a pandemia de covid-19”.

Antes da crise sanitária, o e-commerce brasileiro registrava uma taxa anual de crescimento de 14,1%, em média. Na pandemia, esse crescimento saltou para 46,2%, de acordo com levantamento baseado nas emissões de notas fiscais eletrônicas computadas pela Receita Federal do Brasil.

Destaques da edição

Os segmentos de móveis e eletrodomésticos (R$ 1,105 bilhão) e de eletroeletrônicos e utilidades domésticas (R$ 906,57 milhões) deverão responder por mais da metade (51,2%) da movimentação financeira prevista, segundo a CNC. Os ramos de hiper e supermercados (R$ 779,09 milhões) e de vestuário, calçados e acessórios (R$ 693,12 milhões) também devem registrar volumes significativos.

Ficar atento aos preços pode resultar em maior economia para o consumidor. Na análise feita pela CNC, produtos com altas expressivas nas semanas que antecedem o evento pode não ser atrativos no dia.

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“Um determinado produto que apresenta altas expressivas superiores a 10%, por exemplo, no preço mínimo praticado durante as semanas que antecedem a Black Friday tende a apresentar um baixo potencial de desconto efetivo durante o evento promocional”, observou Fábio Bentes, economista da CNC responsável pela pesquisa.

Para avaliar o potencial de descontos efetivos durante a data, a CNC coletou, diariamente, mais de dois mil preços de itens agrupados em 34 linhas de produtos, ao longo dos últimos 40 dias encerrados em 16 de novembro. Destes, 26% revelaram tendências de redução no período, percentual que contrasta com os 46% observados às vésperas da Black Friday de 2020, quando a taxa de inflação era de menos da metade da atual (+3,9).

De acordo com o levantamento, pela ordem, os produtos com as maiores chances de descontos efetivos e respectivas variações de preços nos últimos 40 dias são: headsets, com queda de preço de 13,0%; perfume feminino (-10,4%); creme hidratante (-7,2%), protetor solar e bronzeador (-4,2%); e caixas de som bluetooth (-3,4%). Por outro lado, dado o reajuste recente de preços, as chances de descontos efetivos em consoles de videogames e jogos eletrônicos são reduzidas.

Shoppings
Mais de 62,5% dos lojistas de shoppings devem aderir às promoções da Black Friday deste ano. A participação do setor foi medida em pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), feita em todo o país.

Conforme o levantamento, são 1,2 mil associados com intenção de realizar promoções em durante o evento. Outra parcela, 18,8% dos lojistas disseram que até gostariam de participar, mas não conseguirão, pois sofrem com a alta dos custos, como energia elétrica. Os insumos pressionam os preços e inviabiliza que esse grupo crie promoções que sustentem margens de lucro.

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