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Economia Sábado, 13 de Novembro de 2021, 07:30 - A | A

Sábado, 13 de Novembro de 2021, 07h:30 - A | A

ALTA TEMPORADA

Fim de isolamento social aquece turismo

Setor pode ser a “chave-mestra” para retomada econômica, mas cobra políticas públicas para aliviar os custos ao consumidor e estimular a recuperação

Priscilla Silva

Repórter | Estadão Mato Grosso

Perdas significativas acometeram o setor de turismo durante a pandemia da covid-19. O faturamento caiu 59% e a economia criativa, uma das atividades de sustentação do setor, teve redução de 58%. Quase dois anos depois, com a superação do vírus e o avanço da vacinação, os empresários têm a chance de, finalmente, recepcionar mais uma vez o público durante as férias de fim de ano.

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Um conjunto de fatores favorecem a recomposição do faturamento do turismo neste período, desde a realização de planos que ficaram represados na pandemia - passagens, reservas, passeios e eventos - ou o simples desejo de voltar aos dias normais. Esses fatores já têm trazido bons resultados para o setor, alimentando as esperanças de que o final de ano será ainda melhor.

“As perspectivas são boas para o fim de ano. Os meses de setembro, outubro foram muito bons para hotelaria e em novembro vem se mantendo. Ainda não está nos níveis de antes da pandemia, mas os eventos voltaram”, observa Luis Carlos Nigro, presidente do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado de Mato Grosso (SHRBS-MT).

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) calcula que haverá um aumento de 16,7% na demanda por turismo em 2021. A ‘sanha’ por lazer e entretenimento fora do lar é tamanha que, mesmo com limitações financeiras, alguns brasileiros buscam um jeitinho para aproveitar o retorno das atividades. Dentre esses arranjos está a opção por empréstimo. Um levantamento realizado pela FinanZero mostra o aumento de pessoas que pretendem financiar as viagens, com crescimento de 23% somente no mês setembro, em relação ao mês anterior.

Essa intenção pode ter ligação com o aumento do custo das passagens aéreas. Em um ano, os preços subiram 60%, com forte influência da alta do querosene de aviação, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Economia (IBGE).

Ao contrário das passagens aéreas, o segmento hoteleiro registrou deflação nos preços. De acordo Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o serviço de hospedagem ainda sustenta redução de 5,7% nos preços, ou seja, está mais barato que antes da pandemia. Serviços como transporte por aplicativo (-6,7%) e passagens rodoviárias intermunicipais (-10,7%) também tiveram queda.

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Apesar de os preços de hospedagens ainda estarem abaixo da inflação, os custos com a atividade ficaram mais pesados. Em Mato Grosso, o retorno das atividades veio acompanhado dos reajustes salariais acumulados, de 2019 e 2020, pagos aos colaboradores.
“Em 2020, início da pandemia, o reajuste referente a 2019, não foi realizado. Agora, em 2021, o acumulado gerou um reajuste de 12%”, informa Luis Carlos.

Fora isso, o custo com manutenção dos espaços e serviços também não ajudaram, a tarifa da energia elétrica foi um dos empecilhos. Neste ano, a energia elétrica acumula alta de 24,97%. Conforme a CNC, os gastos com energia representam, em média, 19% dos custos nos serviços de hospedagem e 15% em bares e restaurantes.

“Tudo subiu. Então, é um momento de voltar a pensar formas de baratear o Custo Brasil para o turista brasileiro”, defende o empresário.

No momento em que todos os setores da economia tentam recomeçar, o turismo, que sempre foi o patinho feio dos investimentos públicos, pode ser uma contribuição a mais se começar a ser valorizado.

“Eu sempre falo e repito: a cada um real investido no turismo, volta dois para o governo”, garante Luis Carlos. O retorno vem na forma de arrecadação de impostos. “Quando você realiza um evento, você envolve vários segmentos: hotéis, restaurantes, bares, transporte... Isso aumenta a arrecadação de tributos”, conclui.

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