A suinocultura de Mato Grosso enfrenta um paradoxo: enquanto os produtores são, em sua maioria, experientes e altamente qualificados, o envelhecimento da força de trabalho preocupa o setor. Levantamento realizado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) revela que 75,9% dos suinocultores do estado têm mais de 50 anos, sendo que a média de idade é de 56 anos.
A maior concentração de produtores está na faixa etária entre 50 e 59 anos, que representa 42,17% dos entrevistados. Em seguida, estão aqueles entre 60 e 69 anos (22,89%) e os com mais de 70 anos (10,84%). Já os mais jovens, com menos de 39 anos, representam apenas 7,23% do total de criadores.
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De acordo com o Imea, o dado indica acúmulo de experiência e maturidade na gestão das propriedades, mas também acende um alerta sobre a necessidade de planejamento para a sucessão familiar.
“A falta de novos suinocultores jovens e a presença de produtores mais velhos que permanecem ativos revelam que muitas propriedades podem enfrentar incertezas sobre a continuidade do negócio. A ausência de um plano de sucessão bem definido pode levar à descontinuidade de muitas granjas familiares, impactando a cadeia produtiva de suínos”, diz o relatório.
Em contrapartida, o setor é marcado por elevado nível de escolaridade. O estudo aponta que 43,37% dos suinocultores possuem ensino superior completo e 8,43% têm pós-graduação (MBA, mestrado ou doutorado). De acordo com o Instituto, esse perfil favorece a adoção de tecnologias, práticas modernas de manejo e maior compreensão das políticas agrícolas e econômicas.
Ainda assim, uma parcela dos produtores (6,02%) não concluiu o ensino fundamental, o que demonstra certa desigualdade educacional no setor.