O preço do petróleo segue disparado no comércio internacional e o barril se aproxima da casa dos 100 dólares em ‘alta velocidade’. Nesta sexta-feira (7), por volta de meio-dia, o preço do barril tipo Brent, referência de preços para a Petrobras, subia 3,3% e era comercializado na casa dos US$ 98. O diesel internacional está 62 centavos mais caro, enquanto a gasolina está 32 centavos mais cara.
Apesar disso, os preços dos combustíveis aos consumidores devem se manter no patamar atual. A avaliação é de Nelson Soares Junior, diretor-executivo do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Mato Grosso (SindiPetróleo), que cita a chegada de dois navios carregados com mais de 65 milhões de litros de óleo diesel, vindos da Rússia.
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A expectativa é que mais embarcações russas cheguem ao Brasil nas próximas semanas, carregadas de óleo diesel, o que deve ajudar a segurar os preços em meio à turbulência no mercado internacional. Já para a gasolina não há informações sobre a possibilidade de vir da Rússia, já que o Brasil precisa importar menos de 10% desse derivado, ao contrário do diesel, cuja dependência se aproxima de 30%.
O aumento do preço do barril do petróleo é resultado do maior corte na produção de combustíveis, anunciado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+). O corte da produção em 2 milhões de barris já era esperado e que vinha causando ‘nervosismo’ nos mercados. Na última quarta-feira, 5, a medida foi oficializada pela Opep+.
O economista Vivaldo Lopes avalia que o petróleo russo não deve provocar redução de preços no Brasil, se limitando a ofertar mais produto no mercado. Ele aponta também que não há sinal de que o combustível foi comprado por preços mais competitivos. Portanto, a tendência é de estabilidade, principalmente até o fim do período eleitoral.
“Pelo que, até agora, a Petrobras está manifestando não vai alterar preços. Nem vai aumentar porque subiu o preço do barril e nem reduzir com a chegada desse diesel. Então, o sinal do mercado é um sinal de estabilização. Essa vinda desse diesel russo não significa necessariamente uma redução automática”, afirma.
Vivaldo aponta também que mesmo se a Petrobras segurar os preços dos combustíveis nas próximas semanas, não deve afetar a lucratividade da companhia. No entanto, a manutenção de preços nos patamares atuais pode levar a uma insatisfação dos importadores, que são representados pela Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).
Isso porque os importadores de combustíveis precisam comprar o diesel 62 centavos mais caro e competir com os preços mais baixos praticados pela Petrobras.
“Esse é um preço que a gente paga pelo monopólio que a Petrobras exerce no mercado. Os importadores são muito reduzidos e, pelo tamanho da Petrobras, que ela tomou no mercado, é quase um monopólio, que permite que ela estabeleça as condições sem precisar dar satisfação a ninguém e nem ter ameaça do mercado”, explica o economista da VLopes Econômica.