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Economia Quarta-feira, 29 de Setembro de 2021, 07:30 - A | A

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PRESENTE DE GREGO

Aumento do diesel vai impactar diretamente na cadeia produtiva de MT

Novo aumento anunciado pela Petrobras reflete alta de R$ 0,22 ao consumidor final, o que deve causar aumentos em toda cadeia produtiva

Priscilla Silva

Repórter | Estadão Mato Grosso

Caminhoneiros, produtores de alimentos, industriários e demais integrantes da cadeia produtiva que dependem do óleo diesel A pagarão mais caro pelo litro do combustível a partir de hoje (29). A mudança nas tabelas dos postos é consequência do reajuste no preço do combustível anunciado pela Petrobras na manhã dessa terça-feira (28), que além do impacto imediato nas cadeias produtivas, a médio prazo, também trará efeitos no custo dos alimentos e poder de compra dos brasileiros.

O novo reajuste fará com que o preço médio de venda de diesel A da Petrobras passe de R$ 2,81 para R$ 3,06 por litro. Isso representa um aumento de quase 9% no preço do produto, o que, em média, deve refletir uma alta de R$ 0,25 por litro. Para o consumidor final, a previsão é de uma variação média de R$ 0,22.

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A diferença é reflexo da mistura obrigatória de 12% de biodiesel e 88% de diesel A para a composição do diesel comercializado nos postos. Neste cálculo, a previsão é que a parcela da Petrobras no preço do diesel na bomba passará a ser de R$ 2,70 por litro em média.

Atualmente, o preço do diesel vendido nas refinarias representa um pouco mais da metade (em média, 52,1%) do preço cobrado nas bombas. O restante corresponde a impostos estaduais e federais, custos adicionais com biodiesel e margem da distribuição e dos postos de combustíveis.

No comunicado, a estatal ressaltou que por 85 dias os preços do combustível estiveram estáveis. “A empresa evitou o repasse imediato para os preços internos devido à volatilidade externa causada por eventos conjunturais”.

A estatal brasileira justificou ainda que o ajuste é importante para garantir que o mercado siga sendo suprido em bases econômicas e sem riscos de desabastecimento pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras: distribuidores, importadores e outros produtores, além da Petrobras. “Reflete parte da elevação nos patamares internacionais de preços de petróleo e da taxa de câmbio”.

A alta do diesel atende, em parte, a queixa de um dos beneficiados pela medida. Pelos cálculos da entidade que representa os importadores – Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) –, o produto no Brasil tem uma defasagem de R$ 0,50 por litro quando comparado ao mercado internacional, o que seria o dobro do novo valor concedido pela Petrobras.

CUSTO DE PRODUÇÃO - A medida da Petrobras implica apenas no preço do diesel A comercializado junto as distribuidoras, mas seu impacto será sentido em todos os setores econômicos. Na agricultura principal atividade econômica de Mato Grosso, por exemplo, o reajuste do diesel aumentará, ainda mais, o custo da produção na segunda de plantio da soja (2021/22).

Em agosto, estima-se que o sojicultor terá um gasto de R$ 139,72 por hectares plantado só com operações mecânicas, como manejo pré-plantio, adubação, plantio, aplicações com máquinas ou avião e colheitadeiras. A previsão é feita pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Além dos custos operacionais dentro da lavoura, os produtores também sentirão o aumento do preço do combustível na aquisição de novos insumos.

Conforme dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP), a média de preço do óleo diesel S10 em Mato Grosso se destacou por ser a segunda maior do país. No último levantamento, na semana entre os dias 19 e 25 de setembro, o litro do combustível era vendido a R$ 5,155. O estado perdia apenas para o Acre, onde o mesmo volume custava R$ 5,69.

Mais aumentos:

Os mato-grossenses terão um “bônus” no preço dos combustíveis a partir do dia 1º de outubro de 2021. Na data começa a valer uma nova pauta para base da cobrança de ICMS no estado.

Na segunda-feira (24), Conselho Nacional de Política Fazendária divulgou no Diário Oficial da União o Ato Cotepe/PMPF nº35/2021. A publicação define o preço médio para cobrança do ICMS sobre os combustíveis revendidos em todo o território nacional.

Os novos valores, que entrarão em vigor em outubro, terão impacto de alta em combustíveis como o gasolina comum, diesel e Gás de Cozinha. No caso do diesel S10, o impacto calculado é de 0,0346 o litro, conforme o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Mato Grosso (Sindipetróleo).

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