Construção de nova sede para o Crea-MT, reabertura de inspetorias e construção de novas, mobilização pela continuação das obras do VLT (veículo leve sobre trilhos) em Cuiabá e correção do Plano de Cargos, Carreiras e Salários estão entre os projetos do engenheiro civil e de segurança do trabalho Juares Samaniego, eleito presidente do regional mato-grossense para o triênio 2021-2023.
Especializado em georreferenciamento, Samaniego exerce há mais de trina anos a atividade de perito, tanto em imóveis urbanos como rurais, e já presidiu o Crea, de 2012 a 2016. Em 2017, assumiu a cadeira de conselheiro federal no Confea. Atualmente, exerce o cargo de secretário municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano de Cuiabá. Residente na capital mato-grossense há mais de 35 anos, Samaniego é natural de Ponta Porã (MS).
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Também graduado em Direito, em entrevista ao site do Confea Samaniego afirmou que uma das pautas que pretende propor ao Sistema Confea/Crea é que seja estabelecida regra de que pelo menos 30% das vagas de conselheiros regionais e federais sejam ocupadas por profissionais mulheres. Confira a entrevista:
Site do Confea: esta não será a primeira vez que o senhor assume a presidência do Crea, certo? Pode nos falar um pouco sobre sua trajetória de atuação no Sistema Confea/Crea e Mútua?
JS: No período que estive à frente do Crea-MT reestruturei o Regional mato-grossense, dando condições de trabalho aos colaboradores, em especial à fiscalização, pois adquirimos mais de 40 novos veículos para que o Regional realizasse uma fiscalização de forma eficiente.
Reestruturei imobiliários e equipamentos de informática, construí mais de dez inspetorias no interior do estado, oferecendo ao profissional um atendimento de qualidade. Em minha atuação junto ao Conselho, também fui eleito conselheiro regional, atuei como coordenador da Câmara Especializada de Engenharia Civil, diretor-financeiro do Crea-MT e vice-presidente do Regional.
Em reconhecimento a esse trabalho, os profissionais do estado de Mato Grosso me elegeram pela terceira vez, para comandar os destinos do Crea-MT para triênio 2021-2023. Atuei ainda como conselheiro federal e atualmente exerço o cargo de diretor-financeiro da Mútua nacional.
Site do Confea: Qual sua agenda de prioridades para este mandato? Como serão colocadas em prática e quais resultados positivos irão gerar?
JS: Entre ações da gestão estão: transparência nos processos e na pauta da plenária do Crea-MT, tornando-os acessíveis e de simples compreensão aos interessados; cobrar do Confea o Sistema de ART Nacional; focar na digitalização e otimização de processos administrativos, visando melhor atendimento à sociedade e profissionais; defender e colaborar com a Mútua na divulgação e ampliação de seus benefícios e auxílios aos profissionais registrados no Crea; defesa de todas as profissões e profissionais ligados ao Sistema Confea, Crea-MT e Mútua; melhorar o sistema de patrocínio e de divulgação, facilitando o apoio às entidades de classe e suas atividades, buscando fortalecimento e organização das categorias profissionais com maior transparência; implantar sistema de gestão de entidades de classe profissional, melhorando as condições para a renovação de terço, com indicadores de desempenho; participar de forma ativa junto a órgãos de controle, promovendo troca de informações inerentes ao Sistema, ampliando a fiscalização das atividades exercidas por leigos; prezar pela sustentabilidade do sistema profissional, adequando-o à realidade atual; ser protagonista em questões externas envolvendo as profissões do Sistema Confea/ Crea-MT e Mútua e não ser somente agente de reação (exemplo da PEC 108); criação de prêmios e incentivos para projetos de tecnologia e inovação que atendam às necessidades da sociedade; implantação do Programa Mulher no Crea-MT; reduzir os prazos dos serviços prestados aos profissionais; implantação de plano de saúde coletivo aos profissionais registrados no Crea-MT; reabertura das inspetorias de Colíder e Comodoro e manutenção adequada das atuais, melhorando o atendimento aos profissionais; construção da nova sede do Crea-MT; construção das Inspetorias de Água Boa, Cáceres, Barra do Garças, Guarantã do Norte e Alta Floresta em terrenos já doados ao Crea-MT pelos municípios; construção da inspetoria de Tangará da Serra; correção do PCCS do Crea-MT, garantindo um Plano de Cargos, Carreiras e Salários justo e coerente para todos os funcionários; e trabalhar junto aos profissionais da engenharia e sociedade pela continuação das obras do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT). Estas são as nossas propostas.
Site do Confea: Na sua avaliação, o Sistema Confea/Crea e Mútua demanda uma readequação de procedimentos? Por quê? Se sim, qual tipo de reestruturação é necessária e como sua gestão irá atuar neste sentido?
JS: Considero que o Sistema Confea/Crea e Mútua tem contribuído para a valorização dos profissionais das engenharias, agronomia e geociência. Mas é preciso desenvolver muito mais pelos profissionais registrados no Sistema. Nessa nova gestão, temos vários desafios em conjunto, principalmente na implementação de ações para modernizar e adequar os nossos procedimentos institucionais, operacionais e nossos normativos às novas realidades.
Site do Confea: Neste pleito, seis mulheres foram eleitas para os Creas do Acre, Alagoas, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul. Antes, apenas quatro Regionais eram presididos por engenheiras. Qual a sua análise sobre esse crescimento da representação feminina e qual a importância de se fomentar a pauta equidade de gênero no Sistema?
JS: Excelente, fico feliz. Isso mostra que está sendo mudada a realidade da participação feminina. Agora está sendo de forma crescente e positiva. Hoje, dentro do Crea-MT, o volume de profissionais mulheres ainda é pequeno. Essa é uma das pautas que vamos propor ao Conselho Federal: que se coloque regra segundo a qual pelo menos 30% das vagas de conselheiros regionais e federais sejam ocupadas por profissionais mulheres registradas no Sistema. Seria uma forma de trazer as mulheres para participarem mais ativamente das discussões do Conselho em defesa da sociedade.
Site do Confea: Acredita que a integração dos Creas dentro da região geográfica e de forma nacional é importante? Se sim, quais caminhos possíveis, dos pontos de vista institucional e político? Quais vantagens esse movimento pode gerar para o Sistema e para os profissionais do setor?
JS: Com certeza. Possibilita uma troca de experiência. Permite um melhor entendimento das dificuldades enfrentadas pelos Regionais.
Site do Confea: Muito se fala na responsabilidade e habilidades dos profissionais registrados no Sistema Confea/Crea como contribuição direta para o desenvolvimento do Brasil e para a implantação de políticas públicas que levem à retomada do crescimento nacional. Qual sua avaliação sobre essa viabilidade?
JS: Engenheiros são profissionais que, além de dominar técnicas e processos já estabelecidos há décadas, precisam se reinventar e reciclar os conhecimentos com frequência para dominar as novas tecnologias e complexidades que surgem a todo momento. Nesse ponto, Creas de todo o país precisam ser os protagonistas para auxiliar esses profissionais. Na prática, isso engloba uma série de fatores como planejamento, parcerias e atuação conjunta com outros órgãos e instituições ligadas à ciência e tecnologia. Devemos promover a conscientização em outros setores e instituições sobre a importância desse suporte tecnológico e a necessidade de se investir em pesquisas, no desenvolvimento e aperfeiçoamento de tecnologias, de novos materiais, métodos e processos de produção.
Em Mato Grosso, a falta de profissionais da área tecnológica responsáveis por questões básicas, como por exemplo a preservação do meio ambiente nos municípios, é uma realidade. Um dos reflexos negativos dessa situação é a ausência de projetos de saneamento básico, aterros sanitários, entre outros itens do desenvolvimento urbano que são de responsabilidade e competência desses profissionais.
É bom ressaltar que esse assunto norteia discussões no Crea-MT há vários anos. Agora, a instituição precisa avançar nessa questão. Uma possibilidade é atuar junto aos demais órgãos e instituições ligadas à ciência e à tecnologia numa estratégia de compartilhar ações, recursos materiais e humanos na instalação de laboratórios destinados aos diversos ramos da Engenharia em cidades polos do estado.