Dollar R$ 5,46 Euro R$ 5,99
Dollar R$ 5,46 Euro R$ 5,99

Cidades Sexta-feira, 29 de Outubro de 2021, 08:00 - A | A

Sexta-feira, 29 de Outubro de 2021, 08h:00 - A | A

LEVANTAMENTO

Em dois anos, 66 mil mulheres devem ter câncer de mama no Brasil

Matheus Maurício | Estadão Mato Grosso

Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) apontam que entre 2020 e 2022 no Brasil, aproximadamente 66.280 mulheres terão câncer de mama, e, parte desses casos, pode estar relacionado ao local em que elas trabalham, visto que este tipo de enfermidade é a segunda mais incidente em todas as mulheres. O número divulgado acende um alerta: é preciso ter cuidado redobrado.

- FIQUE ATUALIZADO: Entre em nosso grupo do WhatsApp e receba informações em tempo real (clique aqui)

- FIQUE ATUALIZADO: Entre em nosso grupo do WhatsApp e receba informações em tempo real (clique aqui)

- FIQUE ATUALIZADO: Participe do nosso grupo no Telegram e fique sempre informado (clique aqui)

Em entrevista ao Estadão Mato Grosso, o mastologista e cirurgião oncológico, Luís Fernando Corrêa de Barros, explica que os dados divulgados pelo Inca devem ser observados e levados em conta também para Outubro Rosa, mês que dedica atenção exclusiva a doença. Em Mato Grosso, segundo o médico, nesses dois anos estima-se que 580 casos da doença sejam registrados.

Gilberto Leite | Estadão Mato Grosso

DOUTOR LUIZ FERNANDO CIRURGIÃO ONCOLOGISTA (8).jpg

 

“Esses casos [de câncer de mama] são casos em geral, não são relacionados apenas à profissão da mulher e sim o total do nosso país. O câncer na mama está mais relacionado a mudança do estilo de vida das mulheres, do que a profissão que elas possuem”, pontua.

Segundo ele, alguns fatores podem contribuir para que a mulher tenha a doença, alguns desses estão ligados a idade mais tardia que têm filhos, ou idade mais jovem, falta de exercícios físicos e até mesmo o consumo excessivo de bebida alcoólica.

Em relação à questão de condições de trabalho, o levantamento do Inca aponta que mulheres que estão em ramos relacionados à radiologia, esterilização de materiais médicos-cirúrgicos, farmacêuticos, carregamento e distribuição de óxidos, produção e aplicação de agrotóxicos, fabricação de produtos ligados à parte elétrica e também as que atuam em atividades noturnas como plantonistas, podem sair mais ‘prejudicadas’.

Para se precaver, o mais indicado é que todas as mulheres se cuidem e prestem muita atenção nos sinais que o corpo dá. Segundo o especialista não há como ‘evitar’ este tipo de câncer, mas, se a pessoa vier a ter a doença, quanto mais rápido descobrir melhor vai ser a eficácia do tratamento. Ele faz uma alerta sobre o costume de se cuidar tardiamente.

“Toda mulher quando começa a menstruar deve fazer o autoexame, ela deve procurar o ginecologista de forma regular para examinar suas mamas e, ao sentir qualquer alteração, fazer um ultrassom. Mas, a partir dos 40 anos, deve sempre fazer a mamografia. Não é a partir dos 40 anos que a mulher tem que se cuidar e sim durante a vida inteira”, alerta.

SUPERAÇÃO

No final de 2020 tudo mudou na vida da fonoaudióloga Edna Cristina Prates, de 54 anos. Ao fazer um exame ela foi diagnosticada com um câncer maligno na mama esquerda. Com a rotina alterada por causa do tratamento da doença, Edna precisou fazer vários procedimentos e chegou ao ponto mais crítico.

Arquivo pessoal

Edna personagem

 

“Infelizmente como eu não sabia e já tinha um tempo [que estava com câncer], precisei fazer a retirada total da mama. Isso foi um choque para mim e toda a minha família. A palavra câncer assusta muito quando a gente não está inserido nesse meio, né? Só quando a gente está envolvido mesmo nessas situações é que sabemos como tudo funciona”, explica.

Depois da operação, Edna cita que passou por um momento delicado, mas que nesta situação foi amparada principalmente por profissionais da área da saúde. Mesmo sendo diagnosticada com o tipo mais complicado do câncer, a fonoaudióloga foi encaminhada — em meses — para a radioterapia e quimioterapia e conseguiu um resultado bom e finalizou ambos os procedimentos. Hoje ela se trata em casa e a cada três meses tem retorno ao médico.

Edna conta que o diagnóstico tardio veio porque nunca tinha feito o exame rotineiro da mamografia, o que pode ter contribuído para a situação ‘maligna’ em que seu tumor se encontrava. Mesmo assim sempre manteve as esperanças. “Eu nunca pensei que ia morrer com essa doença. Sou muito apegada a Deus e nunca pensei que iria morrer de câncer”.

Para aquelas que são diagnosticadas com câncer de mama, o conselho da fonoaudióloga é que não se desesperem e sempre deixem a razão à frente de tudo. “O importante mesmo é fazer a mamografia. O que eu digo para as mulheres é que elas façam, não deixem para depois. Outra coisa que eu diria é queridas amigas, tenham em mente sempre que é preciso ir ao médico e siga à risca o tratamento. Porém, esqueça, se divirta, vá passear, assista um filme de comédia e tire a palavra câncer da cabeça”, conclui.

O médico Luís Fernando reforça o conselho de Edna. “Se houver alguma alteração [na mama], essa mulher deve procurar o mastologista em um hospital público ou privado. Realize a mamografia uma vez por ano a partir dos 40, isso diminui a mortalidade no câncer de mama”.

Álbum de fotos

Gilberto Leite | Estadão Mato Grosso

Arquivo pessoal

Arquivo pessoal

Arquivo pessoal

search