A condição física debilitada do lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, peça central no escândalo de venda de sentenças em cortes superiores, foi determinante para que o ministro Cristiano Zanin, do STF, concedesse prisão domiciliar a ele. Detido desde novembro do ano passado, Andreson perdeu mais de 30% da massa corporal no período em que esteve no Presídio Federal de Brasília, para onde foi transferido por temer ser assassinado em uma cadeia de Mato Grosso.
O motivo da rápida deterioração física está ligado a uma cirurgia bariátrica radical feita por ele em 2020. O procedimento retirou parte do intestino delgado e o reimplantou próximo ao estômago, técnica semelhante à adotada por figuras públicas como Fausto Silva e do ex-jogador Romário. A diferença é que, sem acompanhamento médico adequado, Andreson passou a sofrer desnutrição grave, dificuldade de absorção de nutrientes, episódios de diarreia constante, dor crônica e até perda de reflexos.
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Preso provisoriamente enquanto outros envolvidos seguiam em liberdade, o lobista relatou à Justiça quadros de depressão profunda e pensamentos suicidas. Em um dos laudos médicos apresentados ao STF, consta que ele corre risco de ficar paraplégico. Em função disso, o ministro Zanin atendeu ao pedido da defesa e determinou sua transferência para prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica.
Considerado um "arquivo vivo" da rede de corrupção que atuava nos gabinetes de ministros do Superior Tribunal de Justiça, Andreson aparece em milhares de conversas com o advogado Roberto Zampieri, morto em uma emboscada no fim de 2023. Os dois detalhavam o funcionamento da venda de decisões judiciais, incluindo envio antecipado de sentenças e cobrança de propina para que ministros assinassem os documentos prontos.
Com informações da Revista Veja
