Despontando na sétima colocação de uma triste estatística, Mato Grosso é um dos estados com o maior número de mortes maternas do Brasil. Um problema de saúde pública, que afeta mães em idade fértil e materna será debatido no 1° Simpósio Mato-grossense de Enfrentamento da Morte Materna, nos dias 28 e 29 de maio de 2025, no teatro Universitário da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Campus Cuiabá. O estudo, realizado durante longos três anos, é o primeiro do gênero no estado e aborda uma ampla gama de fatores e cenários que buscam explicar e trazer possíveis soluções ao problema.
A reportagem do Estadão Mato Grosso entrevistou nesta sexta-feira, 16 de maio, Juliana Fernandes Kabad, professora e pesquisadora de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso e doutora em ciências na área da saúde pública.
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“Existem diferentes aspectos que precisam ser olhados em seu conjunto. Quando a gente fala de mortalidade, não existe apenas uma causa específica. Existe um conjunto de fatores que influenciam para que, de fato, esse dado seja um dado preocupante. Mas, algo importante é que um dos aspectos que a pesquisa conseguiu identificar foi em relação da assistência ao pré-natal, possivelmente, e também de protocolos assistenciais que podem evitar, por meio de uma intervenção, no momento da urgência do atendimento emergencial dessas mulheres nos hospitais.”, explicou Juliana.
Na equipe da coordenação do evento, a docente Francine Nesello Melanda destaca que entre 2014 e 2023, Mato Grosso registrou uma média de 43 óbitos maternos por ano. Em 2023, o estado apresentou uma Razão de Mortalidade Materna (RMM) de 66,7 óbitos a cada 100 mil nascidos vivos. Apesar de representar uma melhora em relação ao pico da pandemia (RMM de 145,2), o índice ainda é o mais alto da região Centro-Oeste e o sétimo maior do Brasil.
Maternidade, saúde e políticas públicas
Ainda sobre os dados apresentados pela docente Francine Nesello revelam que o risco de morte materna é mais elevado entre mulheres com 35 anos ou mais, com baixa escolaridade (até três anos de estudo) e raça/cor preta ou indígena. A pesquisa também identificou aumento da RMM em várias regiões de saúde do estado, como Araguaia Xingu, Garças Araguaia, Médio Araguaia, Norte Mato-Grossense, Sudoeste e Sul Mato-Grossense.
PARTICIPE
Conforme noticiado anteriormente pela reportagem, o 1º Simpósio Mato-Grossense de Enfrentamento da Morte Materna, recebeu mais 50 vagas para o público externo e as inscrições foram prorrogadas até o dia 21 de maio e é espero a participação pesquisadores, profissionais da saúde, gestores públicos e a sociedade civil para discutir estratégias de combate à mortalidade materna e de mulheres em idade fértil no estado.
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