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Saúde e Bem Estar Terça-feira, 22 de Novembro de 2022, 11:24 - A | A

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RISCOS

Infectologista contesta dados de sepse em MT e alerta para subnotificação

Levantamento oficial aponta óbito em torno de 8% no estado, muito menor que as médias mundial e nacional, 30% e 65%

Dialum | Assessoria de Imprensa

A mortalidade por sepse no Brasil é especialmente alta. Enquanto a média de mortalidade mundial figura entre os 30% e 40%, no país ela se estabelece em 65%. Já em Mato Grosso, segundo aponta a Secretaria Estadual de Saúde (SES), essa taxa é de apenas 8% sendo que, de 2020 até este ano, 966 pessoas morreram em decorrência da doença.

A informação, no entanto, é contestada pelo infectologista Luciano Ribeiro Corrêa, que aponta que esses números, na realidade, devem ser bem maiores. Ele destaca que o índice reportado no país não acontece nem nos EUA e nos melhores serviços da Europa. “Esse é o desafio, melhorar o diagnóstico, as estatísticas e diminuir mortalidade”.

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A sepse é a resposta do organismo a um quadro infeccioso, que gera uma grande inflamação em todo o corpo, causando várias manifestações e problemas, como o comprometimento do funcionamento de vários órgãos. Este quadro é conhecido como disfunção ou falência múltipla, que é o que acaba levando o paciente à morte.

Luciano Corrêa destaca que, infelizmente, a notificação no país sobre a doença é um ponto negativo. “Por isso devemos provocar as entidades especializadas para conseguirmos mais informação sobre a falta de dados, pois existe uma subnotificação. E lembrar a importância de criar uma rede no Sistema Único de Saúde (SUS) para notificação e tratamento direcionado, passando por um serviço estruturado das boas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e controle de infecção hospitalar, assim como já existe algo estruturado no tratamento do Infarto agudo do miocárdio e do AVC, quem vem ao longo do tempo mostrando bons resultados devido protocolos bem descritos”.

A sepse é mais comum em idosos e crianças, mas também pode atacar jovens que tiverem predisposição genética para o problema. Ela ocorre devido à reação do organismo a alguma forma de infecção. Nesses casos, porém, a reação é bem mais violenta gerando um processo inflamatório tão forte, que diversos órgãos e tecidos podem ser afetados negativamente.

"Todos podemos ter infecções, como a urinária, uma pneumonia ou uma simples na garganta, por exemplo, que pode evoluir. Isso acontece porque o organismo reage para combater essa agressão, mas, às vezes, a resposta é tão intensa que provoca outras consequências e problemas”, explica.

Entre os eventos possíveis durante uma forma severa estão o aumento descontrolado das células de defesa do sangue, os chamados leucócitos ou glóbulos brancos, ocasionando hemorragias muito fortes ou o fechamento repentino da circulação nos vasos sanguíneos. Esse último fenômeno é justamente o tipo de fator que pode levar à amputação dos membros de alguém com sepse. A pressão da pessoa afetada também pode cair fortemente.

O tratamento é feito com antibióticos empregados para eliminar o causador da infecção, não resolve totalmente o problema, porque os efeitos nocivos da inflamação já ocorreram sobre o organismo. É especialmente preocupante a perda de função dos órgãos por causa da diminuição do fluxo de sangue para eles. É comum que o paciente necessite da ajuda de aparelhos para que seus pulmões continuem funcionando.

Sintomas

Os sintomas variam de acordo com o grau de evolução do quadro clínico. Os mais comuns são: febre alta ou hipotermia, calafrios, baixo volume urinário, queda abrupta da pressão arterial, dificuldade para respirar, ritmo cardíaco acelerado, agitação e confusão mental.

Em relação aos dados laboratoriais os mais frequentes são: aumento na contagem dos leucócitos, queda no número de plaquetas, alteração das provas de função do fígado e rim.

“São também considerados fatores de risco: portadores de diabetes mellitus, câncer, imunossuprimidos por uso crônico de imunossupressores como corticóides, portadores de doenças reumáticas, doença renal crônica, extremos etários, desde recém-nascidos até idosos, passado recente de infecção com uso prolongado de antibióticos, cirurgias de grande porte, internações hospitalares prolongadas”, por isso todo alerta e vigilância são necessários nestas populações, pondera o Infectologista.

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