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Saúde e Bem Estar Terça-feira, 01 de Novembro de 2022, 09:16 - A | A

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A cada 16 pessoas infectadas com tuberculose, uma morre em MT

Dialum | Assessoria de Imprensa

Mato Grosso ocupa o 15º lugar entre os estados com maior número de casos de tuberculose, com uma incidência de 40 casos a cada 100.000 habitantes, segundo dados do Ministério da Saúde (MS). A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) apontou que, de janeiro a outubro deste ano, pelo menos 367 pessoas foram infectadas pela doença e 22 morreram. O número de mortes já é o mesmo do ano passado, por outro lado, em 2021 o estado registrou 465 notificações de novos casos.

A queda no número de casos associada ao mesmo número de mortes, apontam para o aumento da taxa de mortalidade, na qual neste ano, a cada 16 pessoas infectadas, uma morreu. O infectologista Luciano Corrêa, explica que os dados são alarmantes e que a situação ainda pode se agravar. Isso porque o estoque da vacina BCG, que protege contra a tuberculose, está escasso no estado.

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O problema vem desde 2016. Isto porque a única fábrica nacional que produz a BCG é a Onco BCG, pertencente à Fundação Ataulpho de Paiva (FAP), no Rio de Janeiro (RJ), instituição que passou por sucessivas interdições da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Desde então, o fornecimento da vacina no país passou a ficar intermitente.

O imunizante é oferecido gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde de todo o país, porém desde maio, as doses estão sendo racionadas pelo Ministério da Saúde, por problemas com o fabricante nacional. Em julho deste ano, a Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso chegou a anunciar que o estoque da vacina acabou e os municípios deveriam racionar as doses.

"A tuberculose ainda é endêmica no nosso país. É muito importante que as crianças sejam vacinadas assim que nascem. A vacina protege contra as formas graves da doença”, explica Luciano. O médico lembra que esta é uma doença que está na humanidade há milhares de anos, e sempre foi relacionada a uma mortalidade bem avançada. Até a descoberta de um tratamento adequado, cerca de 20% de todas as mortes tinham a ver com a doença.

Antes da covid-19, a tuberculose era a doença infecciosa mais letal, com cerca de 4000 mortes diárias. O Brasil está entre os países que possuem as mais altas cargas de tuberculose, sendo integrante de um grupo composto de 30 nações que são responsáveis por aproximadamente 90% dos casos registrados em todo planeta.

No último boletim publicado no Ministério da Saúde, consta que, em 2020, o Brasil registrou 66 mil novos casos de tuberculose. Em 2019, foram notificados cerca de 4.500 óbitos. Luciano Correa destaca que, entre os fatores de disseminação da doença, estão pobreza, desnutrição, más condições sanitárias e alta densidade populacional.

O especialista explica que apesar de ser uma infecção que é possível fazer o diagnóstico, para a qual existem medidas preventivas e tratamento curativo, a tuberculose continua matando pessoas no mundo todo. O médico avalia que a pandemia da covid-19 também tenha prejudicado o controle e causado prejuízo no combate à tuberculose.

A Stop TB Partnership, organização vinculada à OMS, expôs um dado alarmante que mostra que 12 meses de covid-19 eliminaram 12 anos de progresso na luta global contra a tuberculose. Além da queda mundial no diagnóstico e tratamento da doença, os dados indicam que as pessoas coinfectadas com tuberculose e covid-19 têm mortalidade três vezes maior do que as pessoas infectadas apenas com tuberculose.

Para Luciano, um dos principais problemas no estado é a interrupção do tratamento. Isto porque a doença exige um tratamento ininterrupto de seis meses de medicação, que estão disponíveis nos postos de saúde. Porém, muitas pessoas acabam abandonando os remédios após apresentar melhora nos sintomas.

“A doença é infecciosa, transmissível e afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e/ou sistemas. Os principais sintomas são tosse - que pode ser acompanhada de sangue -, febre, emagrecimento, perda de apetite e sudorese noturna. A tuberculose extrapulmonar também é marcada por dor nos órgãos atacados pelo bacilo de Koch. Cerca de 85% das pessoas que desenvolvem tuberculose devem ser tratadas com sucesso, num regime de seis meses de remédios.

A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível causada pelo Mycobacterium tuberculosis. Na maioria dos casos, afeta os pulmões, embora possa comprometer outros órgãos e/ou sistemas, principalmente em pacientes com problemas imunológicos. Ela é uma doença transmitida pela fala, espirro ou tosse de pacientes infectados que lançam no ar partículas em forma de aerossóis com a presença de bacilos. Uma vez iniciado o tratamento a capacidade de transmissão é reduzida após 15 dias.

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