O uso de Inteligência Artificial no combate às desigualdades sociais e regionais em Mato Grosso começou a ser discutida esta semana pelo senador Jayme Campos (União Brasil-MT). A proposta visa criar ferramentas tecnológicas que auxiliem na tomada de decisões públicas e na distribuição mais eficiente de recursos. Ele anunciou seu apoio ao projeto de aquisição de um supercomputador para equipar o Parque Tecnológico de Mato Grosso, instalado em Várzea Grande.
Uma das maiores potências do agronegócio brasileiro, Mato Grosso apresenta, segundo observou o senador, extremos de renda que precisam ser enfrentados: enquanto municípios como Lucas do Rio Verde, Sorriso, Sinop, Rondonópolis, entre outros, possuem PIB per capita superior ao de muitos países desenvolvidos, outras cidades dependem quase exclusivamente do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e de programas sociais, como o Bolsa Família.
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Dados do IBGE mostram a existência em Mato Grosso de uma grande disparidade entre os domicílios que recebem programas sociais e os que não recebem: quem está no Bolsa Família, por exemplo, teve rendimento per capita de R$ 968, contra R$ 2.522 nos domicílios sem o benefício. Outro indicador mostra que o rendimento médio mensal dos 40% da população mato-grossense com menor renda foi de R$ 824.
“Temos um estado com forte concentração de renda, e precisamos de mecanismos inteligentes para entender e reduzir essas diferenças. Elas são muito significativas” – afirmou Jayme Campos. Dados do Governo Federal apontam que mais de 244 mil famílias estão inscritas e recebem recursos do Bolsa Família.
Na reunião com o chefe do Parque Tecnológico de Mato Grosso, Rafael Bastos, em que se discutiu a viabilidade do projeto, Jayme Campos adiantou que pretende defender junto a bancada federal no Congresso Nacional para tratar do assunto. Ele também considera fundamental a participação das entidades como Aprosoja, AMPA, Famato, Federação das Indústrias, entre outros. “Penso que todos devem apoiar e ajudar a viabilizar esse projeto, que se constituirá em um grande modelo para o Brasil” – frisou.
A ideia, de acordo com Bastos, é dispor de um equipamento que permita a qualquer cidadão acessar informações que possam contribuir no seu dia a dia, inclusive, no ponto de visa da tomada de decisões, seja elas das mais simples a mais complexa. Exemplo, a busca por um médico ou o melhor dia para plantar, usando o recurso de microclima. Isso permitirá mapear desigualdades regionais e identificar áreas prioritárias para investimentos, além de otimizar a distribuição de políticas públicas, como saúde, educação e assistência social.
“Ao usar a IA para promover assistência direcionada, expandir o acesso à educação e saúde, criar oportunidades de emprego e fomentar a inclusão financeira, podemos acelerar o progresso. No entanto, o sucesso dessas soluções depende da colaboração entre governos, empresas, universidades e a sociedade civil” – destacou Bastos, ao destacar o pronto apoio do senador mato-grossense.
