O deputado estadual Júlio Campos (União Brasil) negou que seja favorável a um possível retorno da ditadura militar no Brasil. O político rechaçou uma notícia veiculada na imprensa nesta semana afirmando o tema e se colocou como uma pessoa democrática. Júlio conversou com a imprensa na manhã desta quarta-feira, 21 de maio.
“Eu disse que sou a favor que os mandatos sejam de cinco anos, sem reeleição, como era no passado, como foi o mandato do presidente Juscelino [Kubitschek] [...] e também não teve, nem no tempo do ‘regime’ militar havia reeleição, que poderia ter, né?! O próprio ‘regime’ militar condenava a reeleição”, afirmou o deputado.
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E continuou. “Regime militar, não [pode voltar]. Eu sou um democrata! Nunca fui beneficiado pelo regime militar! Eu comecei eleito em 1972 [...] prefeito pelo voto popular”, disse, complementando que todos os cargos que ocupou foi por meio de voto, sem nunca usar da força.
Campos é um dos entusiastas da proposta que acaba com a reeleição no Brasil. O projeto tramita no Congresso Nacional e prevê, também, a unificação dos pleitos eleitorais. Atualmente, os brasileiros vão às urnas a cada dois anos, intercalando entre eleições gerais, com abrangência nacional, e eleições municipais.
Aos jornalistas, o deputado afirmou que a reeleição não trouxe nada de positivo ao país. "Uma grande parte dos políticos dos partidos brasileiros defende que tem que acabar com a reeleição. A reeleição não foi benéfica ao Brasil. Nós sabemos que esse volume de corrupção acontece na política brasileira é fruto dessa história de mandato de oito anos. O cidadão assume o governo hoje já pensando na sua reeleição", avaliou.
A reeleição foi instituída no Brasil em 1997, por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), o que garantiu ao então presidente Fernando Henrique Cardoso permanecer no cargo por oito anos.
Os apoiadores ao projeto alegam que o atual modelo proporciona o desperdício de recursos públicos, já que cada pleito movimenta bilhões de reais, além de manter as negociações eleitorais sempre em pauta. É comum que vereadores voltem a disputar eleições dois anos após eleitos, pleiteando se eleger deputado estadual ou federal.
Além disso, essas lideranças também citam que o atual mandato, de quatro anos, é pouco para os ocupantes do Poder Executivo mostrarem trabalho e executarem seus projetos, mas que, aumentando para cinco anos, torna-se um bom tempo.