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Política Terça-feira, 21 de Setembro de 2021, 11:14 - A | A

Terça-feira, 21 de Setembro de 2021, 11h:14 - A | A

RECADO PARA GALVAN

Politização e radicalismo na Aprosoja prejudicam Mato Grosso, diz Eraí Maggi

Segundo o produtor, a Aprosoja deveria se dedicar exclusivamente às necessidades profissionais dos sojicultores

Gabriel Soares

Editor-Chefe | Estadão Mato Grosso

A suposta politização da Associação de Produtores de Soja e Milho (Aprosoja) sob o comando de Antônio Galvan foi criticada por Eraí Maggi, um dos maiores produtores de soja do Brasil. Em conversa com jornalistas nesta segunda-feira (20), Eraí apontou que o radicalismo político demonstrado pelo líder da Aprosoja tem consequências terríveis para Mato Grosso.

Segundo o produtor rural, a Aprosoja deveria se dedicar exclusivamente às necessidades profissionais dos produtores rurais, como uma entidade de classe.

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“Nós criamos a Aprosoja, nós que criamos e a iniciamos, mas a função dela é fazer trabalho para desenvolvimento que seja bom pra soja e pro milho. Não pra misturar política, misturar ideologia. Isso atrapalha a associação. Hoje tem um governo, amanhã tem outro e depois tem outro. A entidade é pra sempre”, destacou.

Eraí ressaltou que há várias outras questões que a Aprosoja deveria estar debatendo, que têm capacidade de aumentar a lucratividade dos produtores. No entanto, o posicionamento político da entidade estaria atrapalhando a condução dessas conversas.

“Isso tudo atrapalha. Isso é terrível para Mato Grosso. Esse trabalho que está sendo feito com envolvimento político atrapalha até quem quer ajudar, se aproximar. A entidade tem que cuidar das questões da entidade e não de política. Existe muita coisa para cuidar: infraestrutura, projetos, coisas que vão trazer dinheiro ao produtor”, afirmou.

“É triste, porque tira dinheiro de Mato Grosso, tira investimento de Mato Grosso. Isso desvirtua. A associação está totalmente fora fazendo isso. Ela tem que cuidar dos interesses do produtor”, completou.

A Aprosoja entrou na mira da Justiça após Antônio Galvan aparecer em um vídeo ao lado do cantor sertanejo Sérgio Reis, convocando para atos antidemocráticos no dia Sete de Setembro. No vídeo, o cantor afirma que conseguiu apoio de grandes produtores de soja para uma manifestação pedindo o impeachment dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e ainda ameaçou invadir o Congresso caso a pauta não fosse atendida.

"Se em 30 dias não tirarem os caras nós vamos invadir, quebrar tudo e tirar os caras na marra. Pronto. É assim que vai ser. E a coisa tá séria", disse o cantor, que mais tarde pediu desculpas e admitiu ter passado do limite, após sofrer duras consequências financeiras pelas suas falas.

Galvan foi alvo de mandados de busca e apreensão pedido pela Procuradoria-Geral da República (PGR), no bojo das investigações sobre a suspeita de financiamento de atos antidemocráticos.

No pedido, a PGR aponta que há indícios de uso de receitas e da estrutura da Aprosoja para financiamento de atos antidemocráticos em meio às manifestações de Sete de Setembro. Segundo a PGR, parte do dinheiro utilizado pela associação tem origem de recursos públicos, por meio dos repasses do Fethab à entidade.

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