Policiais penais realizaram uma manifestação na manhã desta sexta-feira (10), em frente à Penitenciária Central do Estado (PCE), onde o governador Mauro Mendes (DEM) participaria de um evento para inauguração de nova ala. A classe reclama do tratamento dispensado pelo secretário de Planejamento e Gestão, Basílio Bezerra. Com o protesto, o evento acabou sendo cancelado.
Os policiais penais buscam reajuste salarial e afirmam que recebem cerca de metade do salário percebido por outras carreiras da Segurança Pública. Presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários de Mato Grosso (Sindspen/MT), Amauri das Neves afirmou que os servidores receberam uma informação, na última semana, sobre uma proposta que teria partido de Basílio e que não agradou à classe.
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"Ele falou algo que foi desrespeitoso para a nossa categoria. Foi uma oferta bem aquém daquilo que estamos pedindo. Ele não permitiu a gente sentar à mesa e fazer o contraponto, nós consideramos esse tratamento desrespeitoso", disse.
Diante dessa indignação, os servidores aprovaram um indicativo de greve. A proposta feita por Basílio foi um aumento de 14%, incluindo a Revisão Geral Anual (RGA).
"Isso é inaceitável, nós recebemos um salário de R$ 3.150, mas desconta Imposto de Renda, Previdência que subiu para 14%, o salário do guerreiro na classe inicial cai para R$ 2 mil", pontuou Amauri, acrescentando que os servidores são constantemente ameaçados por membros de facções criminosas e incorrem em gastar elevados para garantir a própria segurança.
A categoria afirma que se o pedido não for atendido em até 72 horas após a aprovação do indicativo de greve, os servidores vão cruzar os braços e interromper alguns serviços. Como não podem parar completamente, a paralisação deve afetar o atendimento ao advogado, atendimento ao Judiciário, visitas e outras atividades que ainda devem ser inclusas em uma cartilha que será distribuída pelo sindicato. O prazo se encerra neste domingo, 12 de dezembro, segundo o presidente do Sindspen.
"Não queremos mais a pessoa do Basílio participando dessa negociação. Ele tem sido um verdadeiro estorvo nessa negociação, o estopim de tudo isso aqui. Nós queremos outro secretário, de preferência o Mauro Carvalho (Casa Civil) para intermediar a solução desse problema", reclama Amauri.
Amauri lembrou também que o caos se instalou na Capital mato-grossense durante a última greve feita pelos servidores do Sistema Penitenciário, em 2016. A suspensão das visitas por causa da greve provocou uma série de ordens de dentro dos presídios para que criminosos atacassem os servidores, atirassem contra casas de policiais, queimassem ônibus e cometessem outros crimes, que causaram terror na população.