O deputado estadual Júlio Campos disparou críticas ao governador Mauro Mendes, ambos do União Brasil, por ingressar com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para derrubar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) aprovada pela Casa. O texto aumenta o percentual de emendas parlamentares impositivas de 1% para 2%. Na avaliação do parlamentar, a atitude do governador foi antidemocrática e pegou os deputados de surpresa, já que o assunto não foi tratado na reunião realizada um dia antes dele ter protocolado a ação no STF.
“Lamentavelmente, o governador, com seu gesto, assim, até certo ponto, antidemocrático, resolveu, sem dialogar conosco, sem conversar, entrar com uma ação de inconstitucionalidade. Isso causou uma surpresa muito grande e até uma certa decepção por parte da maioria dos deputados que lá compareceram e que havia tido um diálogo muito amplo, muito bom naquela reunião de quinta-feira no Palácio Paiaguás”, disse em entrevista à imprensa nesta terça-feira, 24 de outubro.
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Júlio explicou que a medida adotada pela Assembleia foi apenas uma cópia das legislações do Congresso Nacional que garante aos deputados federais e senadores 2% do orçamento para emendas. Ele ainda rebateu uma das justificativas apresentadas pelo governador de que a PEC traria um impacto de quase R$ 300 milhões.
“Conversa fiada para o boi dormir. Um homem que tem um orçamento de R$ 35 bilhões, retirar R$ 700 milhões significa nada perto do que ele vai ter 98% para fazer bem entender e não quer que os deputados estaduais tenham 2% para fazer suas emendas parlamentares. Assim mesmo da receita líquida, não é do total da receita, não é do orçamento total. Porque a arrecadação de Mato Grosso este ano ultrapassou R$ 40 bilhões e ano que vem vai ser mais um pouco. Então, quer dizer, é picuinha”, frisou.
Júlio espera que o governador abra o diálogo com os deputados estaduais para debater o assunto, sem necessidade de intervenção do Supremo.