O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), demonstrou preocupação com os efeitos colaterais da atual crise nas relações comerciais do Brasil com o exterior. Em entrevista na última quarta-feira, 30 de julho, o gestor afirmou que a capital pode ser fortemente afetada pelo chamado “tarifaço” — o aumento das taxas de importação aplicadas por países como Estados Unidos e Venezuela sobre produtos brasileiros, principalmente a carne.
Embora Cuiabá não seja uma cidade produtora agrícola de grande escala, Abilio ressaltou que a capital é diretamente sustentada pela força do agronegócio mato-grossense. “Cuiabá é sim a terra do agro. Ela não é uma produtora forte do agro, mas é a capital do agro, [...] nossa cidade, ela tem uma maior densidade populacional, mas ela é muito dependente dos recursos que vem do agro, porque a nossa cidade é uma cidade vocacionada a serviço e esses serviços prestam para todo o interior do estado do Mato Grosso”, afirmou.
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Alerta para efeitos colaterais
O prefeito citou que medidas recentes, como a taxação de 50% aplicada pelos EUA sobre a carne brasileira e os 77% da Venezuela, podem desencadear uma reação em cadeia por parte de outros países. “[...] porque está tendo uma escalada global contra o Brasil no sentido da geopolítica. O Brasil não está conseguindo ter nenhum pacto de relacionamento com nenhum país”, declarou.
Abilio criticou a política externa conduzida pelo governo federal e disse que, até o momento, nenhuma negociação concreta foi apresentada que estimule a abertura de mercados ou a redução de tributos sobre exportações.
“Você não vê o Governo Federal anunciando, através das viagens da Janja, nenhum lugar que vai reduzir tributação de importação ou exportação do país. As relações comerciais do Brasil com outros países estão no pior momento da sua história. E isso, com certeza, trará efeitos colaterais”, disse.
Impacto direto em Cuiabá
Segundo Abilio, a possível retração nas exportações tende a afetar a arrecadação estadual e municipal, especialmente em cidades como Cuiabá, cuja economia depende fortemente do consumo gerado pelo agronegócio.
“O dinheiro do agro circula aqui na aquisição, por exemplo, de automóveis, de alto padrão, mercado imobiliário também [...] é o dinheiro do agro que ajuda a comprar o uniforme que é doado de graça nas escolas, o material escolar que é de graça nas escolas, é o dinheiro do agro, dos impostos, da movimentação econômica do nosso município, que faz com que a gente tenha tantas coisas positivas para a sociedade”, afirmou.
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