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Polícia Domingo, 27 de Julho de 2025, 22:00 - A | A

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CASO RENATO NERY

Sargento da PM e caseiro vão a júri por execução de advogado em Cuiabá

Igor Guilherme

Repórter | Estadão Mato Grosso

O sargento da Polícia Militar Heron Teixeira Pena Vieira e o caseiro Alex Roberto de Queiroz Silva, réu confesso pela morte do advogado Renato Gomes Nery, devem ir a júri popular após pedido do Ministério Público à Justiça nesta quinta-feira, 24 de julho. Heron está por trás de parte do planejamento do crime e Alex foi o homem que efetivamente executou o advogado. Foi Heron quem também forneceu sua chácara como base para o planejamento do crime, onde Alex era caseiro.

Tanto o sargento da Polícia Militar quanto o caseiro foram denunciados pelo Ministério Público por homicídio qualificado, fraude processual, abuso de autoridade e por integrar organização criminosa. No documento ao qual a reportagem do Estadão Mato Grosso teve acesso, também é descrita a tentativa de ocultar a arma usada para matar o advogado.

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Ainda conforme descrito na pronúncia do MP, a arma usada na execução de Nery, uma pistola Glock, calibre 9 milímetros, foi utilizada em outros quatro homicídios e plantada em um falso confronto policial forjado.

“Revelou que essa mesma arma havia sido empregada em outros três homicídios ocorridos entre 2022 e 2024, totalizando quatro vítimas fatais. Tal circunstância — o uso reiterado da mesma arma em crimes distintos — sugere a atuação de um autor serial, de organização criminosa ou, ainda, a circulação da arma entre diferentes agentes criminosos. Todavia, importa sublinhar que a referida pistola foi ‘encontrada’ cerca de sete dias após o crime, em contexto de confronto forjado que resultou na morte de Walteir Lima Cabral e na tentativa de homicídio contra Pedro Elias Santos Silva e Jhuan Maxmiliano”, diz o documento.

PAGAMENTO DE DÍVIDAS

Segundo informações anteriormente apuradas pela reportagem do Estadão Mato Grosso, o caseiro Alex Roberto de Queiroz Silva estava desesperado para pôr as mãos em alguma quantia de dinheiro, pois devia a muitos agiotas. Alex, juntamente com o então 3º sargento da Polícia Militar, Heron Teixeira Pena Vieira, foi indiciado pela morte do advogado.

A situação financeira de Alex foi descrita pelo delegado Bruno Abreu, da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em entrevista coletiva nesta segunda-feira, 12 de maio. Alex estava armado com uma pistola Glock que possuía um seletor de tiros, que basicamente transformava a arma em uma metralhadora — um equipamento caro e difícil de se obter.

“O Alex é uma pessoa muito endividada, ele devia a muita gente. Ele não tinha sequer dinheiro para pagar a gasolina da moto. Então ele não tinha condições de comprar nenhum tipo de arma. Ele estava devendo a diversos agiotas. E aí está o desespero dele para arrumar dinheiro”, explicou o delegado.

Leia aqui: Caseiro comprou arma por R$ 1.500 e recebeu R$ 100 mil por execução de advogado

OUTRAS DENÚNCIAS

O casal de empresários Julinere Goulart Bentos e Cesar Jorge Sechi foi o último incluído no banco dos réus pela morte de Renato Nery. A denúncia foi feita pelo Ministério Público ainda nesta segunda-feira, 21 de julho, e aceita pelo juiz da 14ª Vara Criminal de Cuiabá, Francisco Ney Gaiva, nesta quarta-feira, 23 de julho.

Conforme a denúncia apresentada pelos promotores que integram o Núcleo de Defesa da Vida da Comarca de Cuiabá, Julinere e Cesar atuaram como mandantes do crime: ela, como autora intelectual e coordenadora do assassinato; e ele, como autor intelectual e responsável pela coordenação financeira do homicídio.

Leia aqui: Justiça acata denúncia e casal que mandou matar ex-presidente da OAB-MT se torna réu

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