O Banco Central confirmou na última semana que está disposto até a abater a economia para conter o avanço galopante da inflação, uma disposição que falta a outros setores estatais, em especial a Petrobras, que tem sido uma das principais fontes de pressão inflacionária nos últimos meses devido aos constantes aumentos nos preços dos combustíveis. Tudo por causa de uma política de preços que privilegia a defesa do patrimônio de alguns poucos especuladores na bolsa sobre a necessidade real dos brasileiros.
Desde 2016 a Petrobras ignora o custo de produção na hora de elaborar seu preço final, ao contrário do que faz qualquer outro empresário no país. Em vez disso, a Petrobras usa uma fórmula que leva em consideração apenas o preço do barril de petróleo no mercado internacional e a cotação do dólar. Em tempos adversos, como os atuais, o resultado é perverso para os motoristas, já que a desvalorização do real e a conjuntura do mercado internacional de petróleo fazem os preços subirem às alturas.
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Os únicos beneficiados com essa política perversa de preços são os acionistas da Petrobras. Na última quinta-feira (28), a estatal anunciou lucro líquido de R$ 31,1 bilhões no terceiro trimestre de 2021, valor que será pago aos acionistas na forma de remuneração antecipada. Esse montante se soma aos R$ 31,6 bilhões anunciados em 4 de agosto.
Quer dizer: enquanto os brasileiros sofrem com a gasolina a quase R$ 7, os acionistas da Petrobras vão embolsar R$ 63,4 bilhões em antecipações!
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A perversidade dessa política de preços foi escancarada na última semana. Três dias antes de anunciar o lucro bilionário, a Petrobras havia feito mais um aumento nos preços da gasolina e do diesel, em 7,04% e 9,15%, respectivamente. No ano, o diesel já acumula alta de 65,3% nas refinarias, enquanto a gasolina subiu 73,4%. É dinheiro suado dos trabalhadores brasileiros que está bancando o lucro de especuladores profissionais, que levam a vida apostando em papeis na Bolsa de Valores, produzindo muito pouco - ou quase nada - de relevante para a sociedade.
O problema do preço dos combustíveis é que eles são essenciais na produção e distribuição de todos os produtos. Isso faz com que um pequeno aumento no preço do diesel repercutir por toda a cadeia de suprimentos, causando aumento generalizado nos preços nas gôndolas dos supermercados.
Com a deterioração da economia nacional e a valorização do petróleo no mercado internacional, em breve veremos novas altas nos preços dos combustíveis. Não é uma questão de SE, mas de QUANDO. E com ela veremos mais uma onda de choque percorrer os preços de alimentos, roupas e todos os demais produtos consumidos pelos brasileiros. Tudo para bancar a ganância sem fim de especuladores.