Aos trancos e barrancos, a economia brasileira segue em sua trajetória de recuperação de forma bem diferente daquele V alardeado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. As famílias brasileiras tentam ajustar seus gastos a esses tempos de dinheiro curto, a indústria tem dificuldades para retomar a produção nos níveis anteriores à pandemia e o setor de comércio e serviços precisa lidar com o vai e vem da intenção de consumo.
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Agora, para temperar esse ‘mungunzá de crise’, a Petrobras diz que não dará conta de atender toda a demanda de combustíveis no mês de novembro, recomendando que as distribuidoras comprem do mercado internacional, que está com preços ainda mais elevados. Não bastasse o amargo e indigesto sabor dessa mistura fina, está em curso uma mobilização que pode resultar em mais uma greve dos caminhoneiros.
Não à toa, agentes do mercado revisaram a expectativa de inflação deste ano para cima, mais uma vez. Agora, a projeção aponta que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar o ano em 8,69%. Para 2022, a estimativa de inflação ficou em 4,18%. Para 2023 e 2024, as previsões são de 3,25% e 3%, respectivamente.
Em setembro, puxada pela energia elétrica e combustíveis, a inflação subiu 1,16%, a maior para o mês desde 1994, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, o indicador acumula altas de 6,9% no ano e de 10,25% nos últimos 12 meses. Isso quer dizer que, para chegar ao índice projetado pelos economistas, precisamos ver uma desaceleração de preços nos últimos três meses do ano. Dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV) apontam que essa desaceleração já teve início em algumas capitais, mas em passo tímido. O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) desceu de 1,43% para 1,29%. Resta saber até quando vai durar.
O problema da inflação no Brasil não é igual ao restante do mundo. A tendência é que a inflação brasileira deve fechar o ano mais alta que 83% dos países, segundo levantamento realizado pela FGV. O alerta foi feito também pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Ao comentar a piora das projeções para o Brasil, a economista-chefe do FMI, Gita Gopinath, destacou que o movimento de alta dos juros e a piora nas projeções para a economia dos Estados Unidos são os fatores-chave por traz da deterioração econômica brasileira em curto prazo.
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Acontece que aquele ‘mungunzá de crise’ que falamos lá no começo tem um potencial enorme de causar estrago ainda maior sobre a já combalida economia brasileira. Ainda não é possível antever o tamanho do problema, já que há uma infinidade de variáveis que podem influenciar no resultado. O Brasil parece ter alcançado um patamar de autossuficiência no desarranjo de preços e geração de crises.