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Opinião Segunda-feira, 29 de Novembro de 2021, 19:56 - A | A

Segunda-feira, 29 de Novembro de 2021, 19h:56 - A | A

WELLEN CÂNDIDO

Gisela Cardoso, um diálogo de mulher para mulher

WELLEN CÂNDIDO LOPES*

Sexta feira (26/11), o som de um trio elétrico se aproximava em meio ao caos do congestionamento de carros, na avenida José Monteiro de Figueiredo (antiga Av. Lava Pés). Despedia-me de um aluno, momento em que uma “voz masculina” gritava no microfone, em um trio elétrico na avenida: “Chora Gabriela! Gabriela cadê o Rivotril? Gabriela, foi Gisela que explodiu”, em meio ao coro de uma música tradicional nas rodas de samba que assim dizia: “você pagou com traição a quem sempre lhe deu a mão”...

A euforia foi presenciada por quem estava nos prédios residenciais, imóveis comerciais e pelos que transitavam na respectiva avenida. Imaginei que diante de tamanha euforia, o resultado tivesse sido estrondoso, ao estilo Brasil e Alemanha da copa 2014 (7 x 1). Lembram? Naquele momento ainda me faltava tempo para acessar os jornais e ver de fato, qual teria sido o resultado das eleições da OAB/MT. Minhas obrigações como educadora não me permitiam tomar conhecimento dos números, o que só seria possível após as 21 horas. Antes de avançar neste assunto, peço permissão ao leitor para uma pausa...

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Não participei das eleições, muito embora meu posicionamento seja de conhecimento público. Possuo posição legítima, autêntica e contrária à atual gestão da OAB/MT. Recentemente lancei uma campanha autoral sobre honorários advocatícios em prol da advocacia brasileira e, para que meus atos não fossem taxados como oportunistas, simplesmente não me envolvi com o processo eleitoral. Para que um discurso apresente consistência é preciso ter coerência!

E assim, revestida da crítica coerente, questiono os “atos incoerentes” da Dra. Gisela Cardoso, a qual tanto alegou ser vítima do machismo durante as eleições. Não questiono apenas a falta de urbanidade para com sua adversária Gabriela, mas principalmente por ter sido conivente às abordagens negativas, gratuitas e desnecessárias direcionadas a uma mulher em um trio elétrico, em plena via pública. De mulher para mulher (aos moldes do velho clichê comercial de uma popular loja feminina), espero que a Dra. Gisela Cardoso reflita sobre este ato, pois entendo que distancia da postura do cargo, a qual foi eleita para exercer.

Confesso que senti vergonha alheia ao conferir os números, pois aos olhos e ouvidos de quem ouviu “Gabriela, foi Gisela que explodiu” o número de votos foram bem abaixo, frente ao “tripúdio” propagado no trio elétrico. Parece que o excesso de visibilidade midiática não foi o suficiente, ou o resultado das ações, melhor dizendo, da falta delas, ditaram a regra do jogo. Perder na capital mato-grossense é um cenário revelador, pois é aqui que a presidente eleita reside e exerce a advocacia. Tempos reversos? Agora é ela, Gabriela?

Refletindo? Ou a OAB/MT continuará ignorando os sinais?

Vou ficando por aqui, pensando com meus “botões”. A empatia é a verdadeira base da moralidade (Martin Hoffman).

*WELLEN CÂNDIDO LOPES é advogada em Mato Grosso

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