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Opinião Sexta-feira, 23 de Maio de 2025, 07:24 - A | A

Sexta-feira, 23 de Maio de 2025, 07h:24 - A | A

MIRIAN PEREIRA

Como a dor pode influenciar as emoções

Mirian Pereira*

Em algum momento da vida, todos nós sentimos uma dor que ninguém vê, ela chega de mansinho ou com força total. Às vezes, surge depois de uma perda, decepção, fim de um ciclo ou, simplesmente, por carregarmos o peso de sermos fortes o tempo todo. A dor não aparece em exames, mas pesa no corpo, afeta o sono, o humor, as relações e, principalmente, a forma como vivemos.

Ao longo dos anos de consultório e no meu livro A dor só passa quando você passa por ela, aprendi que a dor emocional influencia tudo, muda nosso jeito de reagir, de amar, de confiar e até de nos relacionarmos com o mundo.

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Quando ignoramos a dor, ela se disfarça de tristeza, que parece não ter fim; irritabilidade, em que a pessoa explode por pequenas coisas; medo de repetir o mesmo sofrimento e cansaço extremo que nada resolve. Esses “sintomas” não são sinais de fraqueza, mas sim de uma dor que ainda pede atenção. E se não for escutada, tende a crescer em silêncio até transbordar.

Muita gente aprendeu que “ser forte” é engolir o choro e seguir em frente. Mas tudo o que empurramos para dentro, uma hora transborda em insônia, ansiedade, desânimo ou distúrbios físicos. Negar não é uma opção. Tudo o que não processamos acaba transbordando em um momento ou outro.

Acolher a dor é um ato de coragem. Cuidar da dor emocional não é fraqueza, é coragem. É se olhar com compaixão e se permitir sentir para, só então, seguir em frente com mais leveza.

Reconheça o que sente. Dê nome à sua dor. Permita-se viver a emoção. Chore, escreva, desabafe; encontre a sua forma de “esvaziar” o que pesa. Converse com alguém de confiança, um terapeuta, amigo, mentor.. Partilhar alivia o peso. Está tudo bem sentir raiva ou tristeza. O que importa é esvaziarmos o que estamos sentindo para dar espaço a novas emoções

Depois de acolher e sentir, o próximo passo é aprender com a dor. Ela pode ensinar limites importantes, revelar valores esquecidos e apontar necessidades urgentes de autocuidado.

Pergunte-se: Que lição este sofrimento traz?. Liste pequenas ações que podem trazer conforto diário, como uma caminhada, pausa para respiração, uma música que acalme. Faça um compromisso simples e dedique cinco minutos por dia para notar como se sente, sem julgamento.

A dor não é o fim, é um convite ao reencontro. A dor emocional pode abalar nossas emoções e escolhas, mas ela também pode ser um portal de transformação. Ela só passa quando você passa por ela, com coragem, presença e autocompaixão. A dor não define quem você é, ela pode revelar a sua força mais genuína.

 

*Mirian Pereira é psicóloga com pós-graduação em Neurociência e Comportamento, escritora, palestrante internacional, trainer e master practitioner em Programação Neurolinguística

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