O Ministério Público Eleitoral (MPE) pediu que Alei Fernandes (União), prefeito eleito de Sorriso, e Acácio Ambrosini (União), vice-prefeito eleito, tenham a diplomação cassada ou negada. Os dois foram alvos da Operação Rustius, deflagrada pela Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira, 4. Eles são acusados de utilizarem “Caixa 2” na campanha eleitoral. O documento foi assinado pelo promotor eleitoral Márcio Florestan Berestinas.
“[...] seja, ao final, julgada procedente a presente representação para que seja negada ou cassada a diplomação dos representados Alei Fernandes e Acácio Ambrosini, em razão da prática de captação e gastos ilícitos de campanha (“caixa 2” e doações de pessoas jurídicas)”, pediu.
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Além disso, o MPE pediu que fosse realizado uma oitiva com as testemunhas e acusados citados no documento.
No documento do MPE, é citado que o agricultor Nei havia acabado de voltar de Várzea Grande, onde pegou a encomenda de R$ 300 mil a mando do empresário Atílio Elias Rovaris. As informações foram extraídas do telefone do agricultor. Atilio pediu que Nei fosse à empresa L R Diesel Comércio de Peças Ltda pegar o envelope com Wendel José de Souza.
“A dinâmica dos fatos leva a crer que, na verdade, os 300 mil reais encontrados pela Polícia Rodoviária Federal no veículo de Nei foram retirados com a pessoa de Wendel, na sede da citada empresa, em Várzea Grande, durante o horário de funcionamento da mencionada empresa, com a finalidade de abastecer o caixa 2 da campanha do candidato Alei Fernandes”, aponta documento.
A investigação apura a prática do crime de “Caixa 2” de campanha eleitoral, dentre outros relacionados, diante da apreensão de R$ 300 mil em espécie dias antes das eleições municipais. O valor foi encontrado com um dos principais apoiadores da campanha eleitoral do candidato a prefeito, o agricultor Nei Francio.
Os elementos de informação colhidos no inquérito policial indicam que o valor seria destinado ilicitamente à campanha eleitoral. Além desse valor, há indícios de que várias transações financeiras, relacionadas a essa mesma campanha, realizadas por empresários locais, foram realizadas de forma ilegal (com a participação de pessoas jurídicas, por meio de “laranjas” e com dinheiro não contabilizado na prestação de contas.
“Os diversos diálogos entabulados por Nei Francio escancaram a sua posição de destaque no financeiro da campanha do candidato a prefeito Alei Fernandes, uma vez que participava ativamente de negociações, reuniões, pedidos de apoio e de doações financeiras para abastecer o caixa da campanha. Tudo com o conhecimento de Alei e de Gilson, irmão de Alei, que também atuava na coordenação financeira da campanha”, apontou Berestinas.