O desembargador Marcos Machado, da Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), negou o pedido do tesoureiro do Comando Vermelho, Paulo Witer Farias Paelo, vulgo W.T. A defesa dele pediu habeas corpus, mas a Turma negou por unanimidade. A decisão foi publicada nesta quinta-feira, 31 de julho.
“Nesse quadro, impõe-se preservar a segregação preventiva. Com essas considerações, impetração, conhecida em parte, mas ordem denegada. É como voto”, decidiu.
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A defesa pediu pela revogação da prisão de W.T. acusado de estar envolvido em uma organização criminosa e lavagem de dinheiro. Alegou que não há provas da autoria e materialidade dos crimes, decisão sem fundamentação e disse que medidas cautelares seriam suficientes.
O magistrado, que também é relator do caso, explicou que a prisão preventiva é necessária em casos de envolvimento com facção criminosa para cessar o envolvimento do réu com o crime organizado.
“No tocante às medidas cautelares alternativas, não se verifica que seriam suficientes/adequadas para preservar a ordem pública diante da reiteração delitiva do paciente, o qual possui condenações transitadas em julgado por diversos crimes de roubo, unificadas em 37 (trinta e sete) anos, 7 (sete) meses e 28 (vinte e oito) dias de reclusão (SEEU nº 0009678-86.2007.8.11.0042)”, sustentou.
O magistrado também explicou que W.T. já havia passado por uma reavaliação da prisão preventiva e não havia nenhuma mudança ou fatos novos para alterar a prisão.
Operação Apito final
Deflagrada no dia 2 de abril de 2024, a operação Apito Final é resultado de dois anos de investigação da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), com objetivo de desarticular um esquema de lavagem de dinheiro criado por integrantes de uma organização criminosa, em Cuiabá.
Conforme as investigações, conduzidas pelos delegados Gustavo Belão, Rafael Scatolon e Frederico Murta, após deixar a prisão, em outubro de 2021, o investigado Paulo Witer, que já integrava a facção criminosa, se tornou tesoureiro do grupo e passou a movimentar cifra milionária, por meio de diversos esquemas de compra e venda de imóveis e veículos, além de um time de futebol amador, para dissimular e ocultar a origem ilícita dos valores.
Apenas no período apurado, a movimentação alcançou, pelo menos, R$ 65,9 milhões.