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Judiciário Quarta-feira, 20 de Abril de 2022, 11:20 - A | A

Quarta-feira, 20 de Abril de 2022, 11h:20 - A | A

CASO VIÚVA NEGRA

Juiz determina Júri Popular a envolvidos em morte de Toni Flor

Felipe Leonel

Repórter | Estadão Mato Grosso

O juiz Flávio Miraglia Fernandes, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, determinou que os envolvidos na morte do empresário Toni Flor sejam submetidos a Júri Popular. A decisão foi assinada no último dia 11 e publicada nesta segunda-feira (18). Ainda não foi definida uma data para a realização do Tribunal do Júri.

O juiz ainda determinou que a mandante do crime, a viúva Ana Claudia Flor, permaneça detida, além da manutenção do monitoramento eletrônico de Ediane Aparecida da Cruz Silva, que teria feito a “ponte” entre Ana Claudia e os demais envolvidos, Wellington Albino, que por sua vez contatou Igor Espinosa (autor dos disparos) e Dieliton Souza (dono da arma usada no crime).

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Apenas o irmão de Ediane Cruz, Sandro Lúcio, segue sem restrição de liberdade. Ele teria mentido em depoimento ao negar que não seria amante de Ana Cláudia Flor. Ele responde pelo crime de falso testemunho.

Veja os crimes que cada um responde:

Ana Cláudia: Homicídio com quatro qualificadoras: motivo torpe, recurso que dificultou a defesa da vítima, concurso de agentes e contra o cônjuge.

Igor Espinosa: Homicídio com duas qualificadoras: cometer crime mediante pagamento e recurso que dificultou a defesa da vítima.

Ediane Aparecida: Homicídio com três qualificadoras: motivo torpe, recurso que dificultou a defesa da vítima e concurso de agentes.

Wellington Albino: Homicídio com três qualificadoras: mediante promessa de recompensa, recurso que dificultou a defesa da vítima e concurso de agentes.

Dieliton Silva: Homicídio com três qualificadoras: mediante promessa de recompensa, recurso que dificultou a defesa da vítima e concurso de agentes.

Sandro Lúcio: Responderá por falso testemunho.

AS INVESTIGAÇÕES

As investigações feitas pelo delegado Marcel Oliveira apontaram que Ana Cláudia, esposa de Toni, foi quem mandou o matar. Após uma briga, ela teria buscado abrigo na casa de sua manicure, Ediane Silva, quando fez um desabafo. Ediane, então, teria afirmado que conhecia quem poderia ‘resolver o problema’ para Ana e teria feito a ponte com os demais envolvidos.

De acordo com as investigações, Ediane mantinha contato com Wellington, por meio do Facebook, e teria contado a história de Ana, que estaria sofrendo agressões dentro de casa, e precisava de alguém para dar cabo à vida do marido. Wellington recusou o serviço, mas afirmou que conhecia outra pessoa, Igor Espinosa, que topou a ‘empreitada’.

Porém, Igor não possuía arma e, por meio de Wellington, conseguiu pegar um revólver 38 emprestado de Dieliton Silva. Com exceção de Ediane e Sandro Lúcio, que são irmãos, todos os demais confessaram suas participações no assassinato, porém com detalhes divergentes entre eles e também da investigação policial. A arma foi jogada em um rio depois.

Ana Cláudia relatou o comportamento agressivo do esposo, principalmente quando estava ingerindo bebida alcóolica, além de dizer que o casal vivia em ‘pé de guerra’, mas sempre se acertavam. Ela contou que o estopim para o crime foi uma briga, onde a filha mais velha do casal teria tentado proteger a mãe e foi ameaçada de morte por Toni.

Ana disse que um dos homens teria entrado em contato com ela, quando fez perguntas sobre a motivação, se não era por interesse nos bens ou para desfazer do marido para ela ficar com suposto amante. Ela também negou que tinha amantes e reafirmou que queria matar o marido pela violência sofrida, mas na segunda ligação ela tinha desistido.

"No dia que eu falei com ele (assassino), sim (mandou matar). Mas na segunda conversa não. Falei: 'deixa pra lá', porque já tinha passado, como sempre", disse.

“Aí ele falou assim: eu vou fazer, mas eu quero R$ 60 mil’. Eu falei: ‘deixa pra lá’. O Toni tinha me ligado nesse tempo, mas eu não tinha atendido, mas a raiva vai diminuindo, vai abaixando. Aí eu falei: ‘deixa isso pra lá’. ‘Não dona, a senhora tá me tirando, fazendo de palhaço’. Eu falei para deixar pra lá, isso foi no final de junho ou início de julho, uns 40 dias antes do ocorrido”.

“Eu segui a minha vida normal, não estava nem lembrando da burrada que eu tinha falado”, completou, após afirmar que já tinha voltado para o marido e tinha, inclusive, viajado com Toni e as crianças. Ela ainda afirmou que Igor e os demais envolvidos agiram por conta própria, pois ela já tinha desistido de matar Toni.

Ana Claudia também negou que teria mandado detalhes da rotina do esposo para os envolvidos, nem fotos para que pudesse ser identificado.

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