Nei Francio, agricultor detido com R$ 300 mil para caixa 2 de campanha eleitoral, teria usado os próprios filhos como laranja. A Polícia Federal identificou que ele fez diversas doações para a campanha eleitoral de Alei Fernandes (União), prefeito eleito de Sorriso, e Acácio Ambrosini (União), vice-prefeito eleito. Além disso, os filhos de Nei, Alan Zibetti Francio e Ian Zibetti Francio, também foram usados para fazer doações a vereadores. O documento foi assinado pelo promotor eleitoral Márcio Florestan Berestinas, do Ministério Público Eleitoral.
“Assim, observa-se que os filhos de Nei Francio foram possivelmente utilizados como laranjas para realização das doações financeiras em favor de vários candidatos a vereador e a prefeito, uma vez que não há nenhuma doação declarada na prestação de contas diretamente em nome de Nei Francio, possivelmente para encobrir que os valores doados saíram na verdade da pessoas jurídicas de Nei Francio”, apontou documento.
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Os agentes da PF identificaram conversas de Nei com a funcionária do setor financeiro, Silvana Cristina Scarton, a existência de várias práticas para burlar as doações. Em uma das conversas, Nei prede para Silvana “esquentar” R$ 100 mil e repassar para o irmão de Alei.
“ A expressão “esquentar” escancara que se tratava de dinheiro de caixa 2! [...] Em outro diálogo, Nei pede a Silvana para que faça a programação para doação de R$ 100.000,00 para a campanha, ocasião em que Silvana responde falando que a doação já foi realizada de forma “quente”, ou seja, de forma declarada, e na conta de vários vereadores”, afirmou o promotor.
A partir do diálogo, os agentes buscaram no Divulgacand a doação de Nei e não encontrou. Porém, enquanto procurava descobriram que, na verdade, as doações estavam entrando em nome dos filhos dele. Isso mostra que além de Alei e Acácio, outros vereadores também receberam as doações “quente”.
Soabre a operação
A Polícia Federal deflagrou a Operação Rustius na última quarta-feira, 4, em Sorriso para apurar a prática de Caixa 2. As investigações iniciaram após Nei ser detido com R$ 300 mil em espécie na carroceria de uma caminhonete.
Ele foi levado à Delegacia da PF e lá entregou o telefone para ser periciado. A partir das conversas identificaram que Nei estava trabalhando na campanha do prefeito eleito de Sorriso Acácio Ambrosini (União).
