O anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a possibilidade uma nova taxação de 50% sobre a importação brasileira, acendeu um alerta vermelho no setor agropecuário.
Para Osvaldo Ribeiro, presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), a medida pode impactar diretamente os pecuaristas brasileiros, com reflexos preocupantes no preço do boi.
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“Vemos com muita preocupação essa nova medida. O mercado americano saiu de uma importação de cerca de 20 mil toneladas por ano, para 300 mil toneladas. Se essa política mudar de uma hora para outra, o impacto será grande”, afirmou Ribeiro.
Segundo ele, aproximadamente 7% da carne bovina é destinada à exportação. "Pode parecer pouco, mas em valores, isso representa R$1 bilhão por semestre, o equivalente a R$ 2 bilhões ao ano. [...] Essa carne vai ficar estocada, e isso afeta diretamente o produtor rural. Imediatamente o preço da arroba tende a cair, e isso é ruim para toda a cadeia produtiva”, alertou.
Ribeiro também explica que, mesmo que essa carne represada seja redirecionada para outros frigoríficos ou mercados, haverá uma sobreoferta em curto prazo, o que pressiona os preços para baixo. Apesar disso, ele avalia que os preços ao consumidor final não devem sofrer grandes alterações, já que as indústrias podem ‘pulverizar’ essa carne ao longo do segundo semestre, quando a demanda é maior. Por outro lado, os preços pagos aos produtores devem despencar no curto prazo.
“Não é só um impacto comercial, é também um impacto social e produtivo, especialmente em estados como Mato Grosso, que têm forte vocação produtora e exportadora”, pontuou.
A Acrimat afirma estar acompanhando o cenário internacional e já articula, junto a entidades nacionais, estratégias para minimizar os efeitos de eventuais barreiras tarifárias no principal produto de exportação mato-grossense.
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