Começando a ser implantado no Brasil na última semana, a cobrança do ‘passaporte vacinal’ ainda divide opiniões. O documento é visto como uma chance de salvação para o setor de eventos, duramente afetado pela pandemia, mas ainda encontra resistência de outros grupos devido às restrições criadas para quem não se vacinou. Presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Mato Grosso (Fecomércio/MT), Wenceslau Júnior defendeu parcimônia na adoção da medida.
Conforme o empresário, a exigência do documento para entrar em grandes eventos, como as festas privadas de réveillon, é uma medida prudente. No entanto, ele se posiciona contra a cobrança do passaporte vacinal para acesso ao comércio em geral.
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Esse foi o posicionamento defendido por entidades que representam os empresários cuiabanos, durante reunião com o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) no dia 1º de dezembro, quando as festas particulares de final de ano foram liberadas, desde que exigissem o “passaporte da vacina” ou o teste RT-PCR, realizado 48 horas antes do evento.
“Em grandes eventos como jogos de futebol, realmente ali teve uma aglomeração de mais de 20 mil pessoas, precisa ter um controle mínimo. A exigência do certificado de vacinação ou o atestado de PCR é exatamente o compromisso que o setor de eventos assumiu com o prefeito Emanuel Pinheiro, de fazer esse controle nos eventos particulares de final de ano”, disse.
Wenceslau explica que não há aglomerações de pessoas dentro das lojas e os empresários têm cumprido as regras de biossegurança. Segundo ele, a situação do comércio é bem diferente dos jogos realizados pelo Cuiabá na Arena Pantanal, por exemplo, que já reuniram cerca de 30 mil pessoas na Arena Pantanal. Em eventos deste tipo, a exigência do documento é essencial para preservar a saúde dos frequentadores e evitar a disseminação do vírus.
Além de ajudar a evitar o contágio, a exigência da carteira de vacinação para entrar em eventos funciona como um “incentivo” para que a população se vacine. Com o avanço da vacinação, caem os números de mortes e infecções em todo o país, permitindo a retomada da atividade econômica.
“A prova maior está aí: depois da vacinação em massa no Brasil e no mundo, despencou os números da covid, de contaminação e principalmente de perda de vidas. Então nós somos favoráveis. Eu já tomei minhas doses e, no dia que puder tomar a terceira dose, eu vou tomar” disse.
Wenceslau ainda elogiou a postura do prefeito, que tem incluído os empresários nos debates sobre as medidas adotadas para combater a pandemia de covid. “A classe empresarial é o maior gerador de empregos do país, os maiores pagadores de impostos, então temos que ser ouvidos, e o prefeito Emanuel Pinheiro sempre foi muito feliz em nos convidar”.
GOVERNO APOIA - Na segunda-feira (13), o governador Mauro Mendes (DEM) também se pronunciou sobre a exigência do passaporte da vacinação. Inconformado com os ‘teimosos’ que ainda resistem a tomar a vacina contra a covid, Mauro disse ser favorável à medida. Em Mato Grosso, porém, ainda não existe um decreto ou lei estadual sobre o assunto.
Ao comentar a medida, Mauro lembrou que 80% das pessoas internadas para tratar de covid são pessoas que não quiseram se vacinar.
“É natural que a gente crie alguns obstáculos, porque se não vai por bem, vai por mal. Para que as pessoas possam cair a ficha delas e largar dessas besteiras que botaram na cabeça, de que a vacina traz alguma consequência”, afirmou.