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Economia Sábado, 20 de Novembro de 2021, 07:30 - A | A

Sábado, 20 de Novembro de 2021, 07h:30 - A | A

A VEZ DELAS

Mulheres ganham espaço em setores dominados por homens

Empreendedoras têm mais de 161 mil empresas em Mato Grosso, mas ainda batalham para entrar em setores dominados pelos homens

Felipe Leonel

Repórter | Estadão Mato Grosso

As mulheres estão ganhando cada vez mais espaço no comando das empresas no Brasil, mas ainda há alguns setores dominados por homens, onde elas estão apenas começando. Segundo pesquisa do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Mato Grosso tem mais de 161 mil empresárias, sendo a maioria no setor de serviços (46%), comércio (29%), agropecuária (13%), indústria (12%) e construção (0,5%).

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É justamente nesses últimos setores onde elas precisam se provar ainda mais diante do mercado dominado pelo sexo oposto. CEO de uma consolidada empresa no ramo de materiais de construção, a Coluna Materiais de Construção, Karla Silva, afirma que empreendedoras relatam para ela até mesmo dificuldade em conseguir crédito bancário.

“Por ser mulher, tem que provar o valor, ter a palavra e saber fazer acontecer. Precisa mostrar que a minha palavra também tem força, porque um homem ele é muito mais facilmente ouvido dentro de um cargo de comando. Já a mulher precisa provar que merece ser ouvida”, disse Karla ao Estadão Mato Grosso.

Mas nem todos os aspectos são tão desafiadores ou ruins por ser uma mulher no comando de uma empresa. Segundo Karla, que também é presidente da CDL Jovem de Várzea Grande, a sensibilidade feminina contribui ao enxergar peculiaridades do comércio e usar isso como uma vantagem na captação e fidelização de clientes.

Karla conta à reportagem que elas são as maiores responsáveis na hora de comprar itens para reformar seus lares ou até mesmo construir. Daí surgiu a ideia de dar mais condições de acolhimento deste público. Segundo Karla, mais de 50% dos seus clientes são mulheres, seja quem vai à loja física ou apenas no ambiente virtual.

As melhorias ocorrem não só no atendimento diferenciado deste público, mas também escolhendo produtos que vão agradar ainda mais as mulheres. “Hoje temos lojas que têm espaços para crianças, toda pensada em receber o público feminino. Então essa é uma grande vantagem de ter uma mulher na frente dessas decisões, nós entendemos as nossas necessidades e nosso maior público é feminino”, afirma.

Em todo o Brasil, existem mais de 25 milhões de pessoas que são donos de negócios, sendo que deste grupo, 8,6 milhões são mulheres. Se comparar esse número com a população de Mato Grosso, de mais de 3 milhões de pessoas, elas representariam quase 3 vezes o total da população de Mato Grosso.

Na comparação com os homens empresários, as mulheres donas de negócio têm maior grau de escolaridade. 29% têm nível superior, contra 18% de homens; 39% nível médio ante 34% deles. Quanto ao ensino fundamental, representam 24%, enquanto eles atingem quase o dobro, 40%.

Faixa etária

A pesquisa aponta ainda que as mulheres empreendedoras são mais jovens, 53% têm até 44 anos. Em Mato Grosso, esse percentual é de 58%. É o caso de Pâmela Isla, 35 anos, casada e mãe de 2 filhos. Formada em administração de empresas, com pós-graduação em marketing, liderança e coaching, ela sempre trabalhou em grandes empresas. Quando engravidou, o trabalho numa multinacional onde viajava constantemente, se tornando inviável e ela foi demitida.

Decidiu montar um negócio e, depois de uma sociedade que não deu certo, começou a vender açaí em casa, aproveitando que mora numa região de muitos condomínios, no Jardim Imperial. O “pulo do gato” do negócio foi a inovação. Poucos meses depois de começar o negócio, criou um ovo de páscoa de açaí e no Natal, um panetone também com a fruta.

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“Comecei com quase nada, fiz cursos de confeitaria e desenvolvi 14 tipos de creme que diferenciam meu produto do demais. Fui criando, testando até chegar a um bom resultado”, conta. No início trabalhava só com delivery, mas há 4 meses montou um ponto comercial com crepes e açaí. “Os desafios do empreendedor são muitos. A gente mata 5 leões por dia”, afirma.

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