Aumento da inflação, incertezas no cenário político e desemprego. A conjunção desses três problemas cria um cenário desafiador para trabalhar com vendas de imóveis no país. O segmento que registrou um boom de vendas durante a pandemia agora precisa rever seus planos. Apesar de as condições para compras ainda serem boas para os compradores, as intenções de compra registraram queda de 7%, segundo o último levantamento feito pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional).
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Inflexão. Esse foi o termo que prevaleceu nos resultados do setor imobiliário brasileiro no 3º trimestre de 2021, apresentado pela CBIC, nesta semana. Isso significa que o mercado teve uma mudança de rota durante o período, contrariando o planejamento.
“Os números reforçam o que foi dito desde o ano passado, que o mercado só tende a crescer. Porém, os motivos para a redução das vendas se devem a três grandes fatores: inflação, cenário político do Brasil e o aspecto do emprego. E esses três itens têm a ver com insegurança futura”, destacou José Carlos Martins, presidente da CBIC.
A escalada da taxa de juros também traz preocupação. Quando baixos, os juros criam condições favoráveis para aquisição de um imóvel. Ao longo da crise sanitária, esse foi o fator que prevaleceu e impulsionou o setor, com crescimento de 21,24% dos investimentos no acumulado de 12 meses até outubro. Só que esse cenário está mudando.
“Este será o melhor ano dos nossos indicadores nacionais, tanto em lançamentos quanto vendas, mesmo a par de todos os problemas que temos enfrentado. Estamos chegando num equilíbrio entre o acumulado de lançamentos e vendas”, destacou Celso Petrucci, vice-presidente da área de Indústria Imobiliária da CBIC.
A confirmação desse desempenho no setor até o fim do ano depende, justamente, do seu principal fator de vendas, que é o controle da inflação. Para as empresas do setor, os resultados só não serão melhores em razão da alta nos custos de insumos da construção. Cimento, aço, tijolo... todos os materiais de construção tiveram alta de preços, o que impediu ou atrasou alguns lançamentos.
“O aumento nos insumos dos materiais de construção impactou, novamente, os números do mercado imobiliário no país no 3º trimestre deste ano. Motivadas por essa elevação – e sem a contrapartida do poder de compra das famílias -, as vendas de imóveis novos registraram queda de 9,5% este trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado”, aponta a CBIC.
Para voltar ao eixo esperado, o setor estuda novas estratégias de vendas e cobra medidas governamentais que ajudem a aliviar a situação de insegurança, que voltou a abalar o mercado de imóveis. Conforme o vice-presidente da área de Indústria Imobiliária da CBIC, quem mais sofreu com os aumentos dos custos foram os empreendedores e empreendimentos do Casa Verde Amarela (CVA).
“O primeiro motivo é que alguns empresários seguraram seus produtos por conta da dúvida de viabilidade econômica e redução drástica de margem de lucro dos empreendimentos. O segundo motivo é que a resposta do governo para adequação do programa, com calibragem da curva de descontos e o aumento dos limites máximos de preço, só veio em setembro para entrar em vigor em outubro”, explicou Celso Petrucci,
De acordo com os dados da entidade, a participação do CVA caiu para 40%, mas já foi próxima a 65%.
MATO GROSSO – O mercado na região metropolitana de Cuiabá se mostrou mais resistente ao cenário de instabilidade do 3º trimestre. No entanto, até o encerramento do ano, os segmentos ligados ao setor de imóveis podem sentir a pressão oriunda do cenário econômico.
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Dados do Sindicato da Habitação de Mato Grosso (Secovi-MT) mostram que o setor atingiu a marca de R$ 1,2 bilhão em valores transacionados em pouco mais de 3,2 mil unidades comercializadas no 3º trimestre. Os resultados são os melhores já registrados para o período desde o início do estudo, em 2015.