Após sete meses consecutivos de retração, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) em Cuiabá registrou um avanço de 1,2% no mês de julho, atingindo 105 pontos. O dado, divulgado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e analisado pelo Instituto de Pesquisa da Fecomércio-MT (IPF-MT), marca uma recuperação tímida, mas significativa para o comércio local. A capital mato-grossense volta a apresentar índice acima da média nacional, que permanece oscilando próxima dos 100 pontos.
Apesar da recuperação, o indicador ainda se encontra abaixo do patamar registrado em julho do ano passado, quando estava em 107,9 pontos, o que representa uma queda de 2,9% na comparação anual. O resultado reflete os efeitos das retrações acumuladas ao longo do primeiro semestre, em um cenário de alta nos juros e menor acesso ao crédito.
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Para o presidente da Fecomércio-MT, José Wenceslau de Souza Júnior, a leve alta em julho traz alento ao setor varejista, mas o otimismo ainda é cauteloso.
“O avanço do ICF em julho, após sete meses consecutivos de queda, representa um sinal de alívio para o comércio cuiabano. No entanto, a confiança das famílias ainda não retornou ao patamar de 2024, o que indica que essa recuperação é gradual e pautada por incertezas”, comentou.
SUBÍNDICES MOSTRAM MELHORA
Entre os sete componentes da pesquisa, três apresentaram crescimento relevante: o item Momento para Duráveis subiu 5,6%, Perspectiva de Consumo avançou 4,7% e Emprego Atual registrou alta de 1,8%. Esses dados indicam que parte das famílias começa a retomar o planejamento de compras maiores, sobretudo de eletrodomésticos e móveis — setores diretamente impactados pelo humor do consumidor.
Do outro lado da balança, dois subíndices mostraram desempenho negativo: Compra a Prazo recuou 2,9% e Perspectiva Profissional caiu 1,5%. Os dados revelam a insegurança das famílias diante do cenário de crédito caro, mesmo com taxas de juros em processo de queda gradual.
De acordo com a sondagem, 43,7% dos entrevistados relataram dificuldades em acessar crédito no mercado, enquanto apenas 30% afirmaram ter encontrado alguma facilidade. Outros 26,1% disseram que a situação permanece semelhante à de 2024.
“o aumento na intenção de compra de bens duráveis indica que parte das famílias começa a recuperar a confiança no consumo, especialmente em itens de maior valor. Por outro lado, a queda nas compras a prazo reforça que o crédito segue sendo visto com cautela, refletindo os desafios impostos pelo alto custo financeiro”, disse Wenceslau.
EMPREGO DÁ SINAIS POSITIVOS
Na análise sobre renda e ocupação, o levantamento aponta que 57,2% das famílias cuiabanas afirmaram estar em uma condição financeira melhor do que há um ano. Outros 21,1% disseram estar em situação pior e 21,8% relataram estabilidade.
Já quanto ao cenário do emprego, 53,3% dos entrevistados se disseram mais seguros no atual posto de trabalho, número que sugere uma relativa estabilidade no mercado de trabalho da capital. Apenas 12,6% expressaram insegurança, enquanto 30,3% afirmaram não ter sentido mudanças significativas.