A alta nos preços dos combustíveis mais tradicionais, como a gasolina e o etanol, tem predominado desde o início de 2021. Os reajustes frequentes pesaram, principalmente, no bolso dos motoristas de aplicativo, iniciando assim uma corrida por uma nova fonte de energia, mais barata. E o escolhido foi o Gás Natural Veicular (GNV). Como resultado a frota de veículos com kit gás que atua nos aplicativos de transporte cresceu quase 250% entre março e abril deste ano. E a tendência é aumentar ainda mais.
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No final de fevereiro de 2021, cerca de 8% dos trabalhadores haviam desistido da atividade em Mato Grosso, devido às constantes altas nos preços dos combustíveis.
“Quando iniciamos a campanha [no fim de fevereiro], tínhamos em média 130 veículos convertidos para GNV. Como tivemos uma boa adesão ao combustível, hoje a frota de veículos convertidos com o kit gás já passa de 450 veículos. É importante ressaltar que não é possível dar um número exato atualizado, pois todos os dias saem das convertedoras até cinco novos carros convertidos”, revela Cleber Cardoso, presidente Associação dos Motoristas de Aplicativo de Mato Grosso (AMA-MT).
A média de novos veículos convertidos diariamente é baseada no número de conversões feitas por uma das empresas especializadas em Cuiabá, localizada no bairro Poção.
Segundo dados do Departamento de Trânsito do Estado (Detran-MT), até o dia 1ª deste mês, Mato Grosso tinha uma frota de 1.272 veículos rodando com GNV. Só que esses números ainda são menores do que a realidade. Os dados encontram-se defasados devido à burocracia, pandemia e também ao crescimento acelerado no ritmo de adesões.
“Os dados estão desatualizados, mas já conversando com a secretaria responsável pelo cadastro [Setas], para que possamos levar nossos veículos adaptados lá a partir de 2022. Isso porque estamos levando em consideração um ano de pandemia, a velocidade gigantesca de implantação, a isenção do IPVA e taxa municipal”, aponta Cleber.
GNV x etanol na ponta do lápis
Na disputa entre o GNV e o etanol, o gás ganha com 60% de vantagem em um dia de trabalho de um motorista de aplicativo, comparando com os preços atuais de cada combustível em Cuiabá. Nesta quinta-feira (13), os postos comercializavam o litro do etanol por R$ 4,17, enquanto o GNV estava sendo vendido a R$ 2,89 por metro cúbico (m³).
Simulação feita pelo Estadão Mato Grosso, com o auxílio da Associação dos Motoristas de Aplicativo de Mato Grosso (AMA-MT), revelou as diferenças de custos entre quem opta pelo etanol ou GNV. Levamos em consideração um veículo popular, com rendimento médio de 14 quilômetros por litro ou m³ de combustível, que roda, em média, 250 km por dia.
Nessas condições, o consumidor que optasse pelo etanol teria um gasto diário de R$ 74,46 no fim da jornada. Já com o GNV, o gasto diário cairia para de R$ 45,14. Somando os custos das duas situações para um mês de serviço, o gasto com etanol soma R$ 2.233,93, contra R$ 1.354,26 dos carros adaptados para o GNV.
